Os primeiros anos de vida de uma criança são fundamentais para o desenvolvimento de uma vida saudável. Porém, um bom crescimento, desenvolvimento e aprendizado dependem tanto da genética – a herança que recebe dos pais – quanto dos cuidados e da atenção que a criança receberá da mãe, da família e da comunidade em geral. Para ter certeza que o bebê está se desenvolvendo dentro da normalidade, este deve receber os cuidados necessários e uma boa nutrição o mais cedo possível.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam o leite materno exclusivamente durante os primeiros 6 meses de vida e de forma complementar até os 2 anos de idade ou mais, ou seja, até essa idade a criança não recebe água nem sucos. Por isso, é muito importante iniciar o aleitamento exclusivo logo após o parto, pois o leite materno é o melhor e o mais completo alimento para a criança.
Em meio ao cenário incerto da pandemia, muitas mulheres não sabem como agir para evitar a transmissão e contaminação do bebê durante a amamentação. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS, não há evidências sobre a transmissão vertical do vírus da gestante para o feto e por meio do leite materno. Ainda segundo os órgãos oficiais, mesmo durante a pandemia, o aleitamento materno continua sendo fator importante para estimular o desenvolvimento do bebê.
Doação de leite humano
A amamentação exclusiva reduz a mortalidade infantil por doenças comuns na infância, como a diarreia e a pneumonia, e ajuda na recuperação de enfermidades. O apoio adequado às mães e às famílias no processo de amamentação pode salvar a vida de muitos bebês. Doar leite materno é importante para os bebês, principalmente, para aqueles que estão internados e não podem ser amamentados pela própria mãe. Crianças menores de 1 ano não amamentadas têm risco muito maior de morrer, quando comparadas com as de mesma idade, alimentadas exclusivamente ao seio. O aleitamento materno previne a verminose, doenças respiratórias, doenças de pele, inflamação de ouvido e outras.
O Brasil possui a maior e mais complexa Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) do mundo, segundo a OMS, e é referência internacional no assunto. Atualmente, a Rede possui mais de 225 Bancos de Leite Humano distribuídos em todos os estados do território nacional, alguns com a opção de coleta domiciliar. Além de coletar, processar e distribuir o leite humano a bebês prematuros e de baixo peso, os bancos de leite realizam atendimento de orientação, promoção e apoio à amamentação.
Um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso, se o bebê for prematuro, 1 ml por mamada já é o suficiente para nutri-lo. Porém, a falta de informação prejudica o estoque de leite nos bancos do país, pois, muitas pessoas ainda não conhecem ou entende como é feita a doação do leite materno.
Quem pode ser doadora?
• Se a mulher apresentar excesso de leite e desejar doá-lo, basta buscar informações nos serviços de saúde quanto ao banco de leite e/ou posto de coleta de leite humano mais próximo da sua região;
• Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite. Para doar, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação;
• Se for o caso, entre em contato com o banco de leite mais próximo de sua casa ou ligue ao 136, para obter maiores informações de como e quando doar.
Vale lembrar que todo leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado ao bebê internado nas Unidades Neonatais.
Como fazer a doação?
• Atente-se ao preparo e higienização do frasco para guardar o leite materno a ser doado;
• Tome cuidados de higiene antes de iniciar a coleta;
• Se possível, escolha um local tranquilo para retirar o leite;
• Retire, guarde e armazene o leite corretamente;
• Em caso de dúvida, ligue para o Banco de Leite Humano mais próximo e informe-se sobre a maneira mais segura para realizar sua doação.
Contraindicação à amamentação
Mulheres diagnosticadas com câncer de mama que estiveram ou estão em tratamento estão contraindicadas à amamentação, bem como as portadoras do vírus HIV e HTLV, pois o risco de transmissão do vírus é elevado, ainda que em uso de medicação. Se a amamentação foi iniciada, por falta de informação da mãe, esta deve ser suspensa imediatamente; quanto maior o tempo de amamentação, maior será o risco de transmissão do vírus para a criança. Se este for o caso, procure por atendimento médico para avaliação e orientações de como a criança deverá ser alimentada.