Maria* nunca vai se esquecer daquela manhã. Há pouco mais de seis meses, a menina, de três anos, viu seu maior pesadelo virar realidade. Ela foi separada de seus pais. O motivo? Eles foram presos na sua frente.
Desde o acontecido, a rotina de Maria mudou bastante. A menina passou a morar com a avó e, graças a uma iniciativa da Fundação Abrinq, ela foi contemplada com uma vaga em uma das creches da sua cidade.
O primeiro dia de aula de qualquer criança não é fácil e, para Maria, não foi diferente. “Ela não queria ficar aqui na creche. Ela chorava o dia todo, pois tinha muito medo da avó abandoná-la, de não vir buscá-la”, conta a professora Mercedes*. “Antes dela vir para cá, nosso Diretor nos contou sua história. Eu me senti responsável por transformar a vida de Maria, queria ajudá-la a superar. Sei que o passado dela não tem como ser modificado… mas ela tem o direito de recomeçar”, completa.
Foi por meio da contação de histórias que Mercedes envolveu Maria em um mundo mágico e conseguiu conquistar sua confiança. “A partir do momento que ela confiou em mim, ela passou a acreditar que não seria deixada pela sua avó e que também não estava sozinha. Ela podia contar comigo, com seus amigos, com a creche. Quando uma criança é ‘abandonada’, é natural que ela fique arredia”, afirma a professora.
Hoje, Maria já brinca, interage com outras crianças, desenha e até mesmo sorri… ela, Mercedes e a Fundação Abrinq decidiram escrever juntas uma nova história: um recomeço!
* Nomes fictícios e imagem ilustrativa para proteger a identidade das crianças e adultos.
História real. Depoimentos capturados durante acompanhamento do Projeto Jeitos de Aprender, que conta com patrocínio da COFCO BRASIL.