O Brasil enfrenta quedas preocupantes nas taxas vacinais em praticamente todo o seu território, a baixa imunização contra a poliomielite é uma das mais alarmantes. Em 2022, apenas 77,2% das crianças com menos de 1 ano de idade foram imunizadas contra a doença. A taxa de aplicação da dose de reforço, destinada para crianças com menos de 4 anos, foi de apenas 67,7%. Por isso, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) classificou o Brasil, em 2020, como local de alto risco para o reaparecimento da doença.
A poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil, é uma infecção viral altamente contagiosa causada pelo poliovírus. Ela pode afetar o sistema nervoso e levar à paralisia permanente, atrofia muscular e outras sequelas que são irreversíveis. A forma mais eficaz de combater a doença é por meio da vacinação.
Por estar atenta ao cenário que o país enfrenta em relação à doença e preocupada com os impactos que ela pode causar na infância, a Fundação Abrinq, em parceria com a Sanofi, desenvolveu o Projeto Vacinação para atuar na conscientização da população e das equipes de gestão. Como parte da mobilização para a causa, a organização realizou, com o apoio da deputada Solange Freitas, no dia 23 de novembro, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) para refletir sobre ações que promovam a importância e a atualização da caderneta vacinal das crianças, capaz de impactar na saúde coletiva.
De acordo com Brigina Kemp, assessora técnica de Vigilância em Saúde e uma das especialistas presentes na ocasião, “a iniciativa da Fundação Abrinq de levar esta discussão sobre a vacinação e as quedas das coberturas vacinais é muito importante. É preciso entender a forma como o Programa Nacional de Imunização ganhou complexidade e o modo como as informações ganharam velocidade, as boas e as ruins. Quando ampliamos o diálogo e o debate em um espaço como esse, com uma fala que alcança vários setores da sociedade, podemos recuperar as altas coberturas vacinais”.
Intitulado como Audiência Pública: Queda da cobertura vacinal contra a poliomielite, o evento começou com a mediação de Marta Volpi, assessora de advocacy e políticas públicas da Fundação Abrinq, que apresentou as convidadas da mesa, composta por: Solange Freitas, Deputada Estadual de São Paulo; Dra. Karina Ribeiro, epidemiologista; Brigina Kemp, assessora técnica de Vigilância em Saúde do COSEMS/SP; e Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos.
A deputada Solange Freitas logo iniciou a audiência e falou sobre o grande risco da volta da poliomielite, “pois uma mãe que não leva o seu filho para vacinar, deixa de dar o direito à criança de se proteger”. Em sua fala, a deputada afirmou que muitas pessoas ainda não se preocupam ou não entendem a importância da vacinação. Por isso, é fundamental a realização de campanhas de conscientização que alcancem a população. Por fim, a deputada agradeceu a Fundação Abrinq pela importância do encontro.
Em seguida, Marta Volpi realizou uma breve apresentação sobre a missão institucional da Fundação Abrinq, as bandeiras que a organização defende e apresentou alguns dados sobre o cenário da infância e da adolescência no Brasil.
André Totino, diretor de assuntos públicos da Sanofi, também compartilhou que os objetivos da indústria farmacêutica vão muito além dos que já são conhecidos. ”Eu entendo que apoiar um projeto como este, debates e causas que ofereçam melhorias para a saúde pública brasileira faz parte do nosso DNA e está dentro de nossa missão”, afirma o executivo, que também apresentou brevemente um histórico da empresa e de suas ações desenvolvidas no Brasil.
Durante a sua fala, a Dra. Karina Ribeiro, epidemiologista, ressaltou que ampliar a cobertura vacinal é uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, da Agenda 2030 da ONU. Também alertou que a queda da vacinação é algo que acontece desde um período pré-pandemia e apresentou dados sobre os cenários de diversas vacinas no país e na baixada santista. Em sua apresentação, Karina abordou os motivos que levam as pessoas a não vacinarem os seus filhos e afirmou que é necessário pensar em estratégias para combater a hesitação vacinal.
Brigina Kemp, complementou o debate ao apresentar os resultados de uma pesquisa do Projeto ImunizaSUS, denominada Pesquisa nacional sobre cobertura vacinal, seus múltiplos determinantes e as ações de imunização nos territórios municipais brasileiros. Na ocasião, a especialista apresentou um recorte específico sobre os principais resultados do estado de São Paulo. Assim, o público presente conseguiu saber mais sobre os problemas frequentes em diversas etapas do processo de vacinação, que vão desde o armazenamento e perdas de doses, até o atraso ou recusa no recebimento das vacinas por parte da população.
Por fim, Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, comentou sobre a importância da vacinação e como a ideia de “não ter mais a doença” faz com que a sociedade volte a cometer erros no processo de imunização por achar que não existe mais o risco de contaminação. A gestora apresentou um breve panorama da situação histórica da vacinação em Santos e as boas práticas que fizeram o município conseguir reverter a tendência de queda na cobertura vacinal contra a poliomielite.
Ao final do evento, Ana Paula afirmou: “essa audiência pública foi importantíssima. Quando nós nos juntamos para falar sobre uma questão tão relevante quanto a cobertura vacinal, ficamos com mais esperança de que vamos vencer a batalha. Não é à toa que este encontro aconteceu. Nós precisamos unir forças. A Secretaria de Saúde, o Poder Público, a Secretaria de Educação, o setor privado, todos com a mesma intenção: trabalhar para que as crianças, os adultos e os idosos sejam vacinados e, assim, garantir que diversas doenças possam ser controladas. É importante lembrar que vacinar é um ato de amor”.
Para Victor Graça, gerente executivo da Fundação Abrinq, “discutir esse tema é fundamental para a conscientização e ação coletiva. A vacinação é muito importante para crianças e adolescentes, e ver sua cobertura diminuir é motivo de preocupação. Juntos, podemos promover a informação, combater a desinformação e trabalhar para garantir a saúde de todos. A participação ativa nesses eventos é o primeiro passo para construir um futuro mais saudável”.
Com a realização desta audiência pública, a Fundação Abrinq promove um espaço para que diversos setores da sociedade possam se encontrar e compartilhar as suas experiências em prol da construção de uma solução conjunta para o problema, com o objetivo de beneficiar milhares de crianças e adolescentes em todo o Brasil.
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