Sara* foi diagnosticada com autismo. Com 2 anos, ela não conseguia identificar o seu próprio nome, comer sozinha ou sentar. Em uma das consultas ao médico, Ana*, mãe de Sara, foi informada que a filha teria dificuldades para andar e que seria muito difícil para a idade. Foi orientada a colocar Sara em uma creche, para que assim pudesse estimular o desenvolvimento da pequena.
Mas com a alta demanda de vagas na cidade, Sara só conseguiu uma oportunidade quando o Centro de Educação Infantil Paupína, localizado em Fortaleza (CE), abriu 40 novas vagas, após receber apoio da Fundação Abrinq.
No início, a coordenadora pedagógica da instituição, Glaucia Lopes, diz que foi difícil para Sara, visto que ela não interagia com as outras crianças e não as deixava se aproximar. Com muita dedicação, o Centro de Educação Infantil começou a trabalhar a autonomia e interação da pequena com os colegas.
“A criança aprende muito com a outra e com atividades repetidas. Com projetos voltados para ela, trabalhamos a diferença, a inclusão e principalmente a autonomia e socialização dela”, relata Glaucia.
Apesar de ser um processo mais lento, Glaucia afirma que Sara já percebeu e, inclusive, demonstrou mudanças. Com 3 anos, ela já come sozinha, identifica o seu nome e participa e entende as atividades.
“Ela aprende como qualquer outra criança, mas dentro do seu tempo. De uma maneira mais lenta, mas consegue. Ela não realiza as atividades do mesmo modo que as outras crianças, mas realiza do modo dela, está participando e se desenvolvendo”, explica a coordenadora.
Uma das maiores realizações de Glaucia, foi ver Sara começar a andar. Após ser notificada pela mãe sobre as dificuldades que Sara tinha, ela imaginou que a pequena fosse encontrar outros meios para se locomover, mas ao ser surpreendida com a aluna tentando andar, começou, junto com as professoras, a incentivá-la.
“Quando vimos ela andando, começamos a incentivar, as meninas [professoras] amarraram fraldinhas embaixo do braço, prendiam ela no corpo para participar das atividades, estavam sempre incluindo, até que ela foi perdendo o medo e quando percebemos já estava andando”, conta orgulhosa.
Apesar de andar com um pouco de dificuldades, Glaucia afirma que Sara não cai e que as outras crianças também incentivam e até ajudam a amiguinha: “Elas cuidam bem, parece que percebem e conseguem compreender que ela tem uma limitação e são muito solidárias. Procuram estar perto e ajudar e a Sara já percebeu que é um auxílio, então aceita”, ressalta.
Sara, com apoio da instituição, está a cada dia enfrentando novos desafios e se desenvolvendo e Glaucia conta com orgulho que o convênio com a Fundação Abrinq teve impacto direto na realização.
A organização conveniada, por meio do Programa Nossas Crianças, recebeu assessoramento técnico, administrativo e financeiro durante dois anos e apesar de ter encerrado em maio deste ano, ela continua integrando a Rede Nossas Crianças, composta por 228 organizações da sociedade civil, que se reúnem todos os meses para trocar experiências, receber treinamentos e desenvolver ações planejadas entre si.
Você também pode transformar histórias como a de Sara. Acesse https://www.fadc.org.br/como-ajudar e saiba como ajudar.
* Nomes fictícios para preservar a identidade da família.