Todas as pessoas podem apresentar problemas psicológicos, emocionais e comportamentais em alguma fase da vida. Porém, a infância e adolescência são períodos cruciais para que os indivíduos desenvolvam uma boa saúde mental. Crianças e jovens com condições de saúde mental, quando não tratados, podem perder momentos preciosos de suas vidas. As crianças que sofrem com as dificuldades de um transtorno mental, por exemplo, podem deixar a escola precocemente e, em consequência disso, ter no futuro dificuldades para se relacionar ou conseguir um emprego. Por isso, a atenção plena à saúde da mente na infância e adolescência faz muita diferença na vida adulta.
Por outro lado, a falta de informação sobre o tema ainda existe e resulta, muitas vezes, no negligenciamento de parte da população sobre a importância dos cuidados à saúde mental. No dia a dia, os transtornos mentais assumem muitas formas na população que sofre com eles. Alguns são leves e interferem, muitas vezes, de maneira limitada na rotina das pessoas, como certas fobias (medos anormais). Outros são tão graves que podem levá-las aos hospitais e necessitam de cuidados constantes, como a esquizofrenia, depressão e o autismo.
O Estado, a sociedade e os profissionais da educação também têm papel fundamental na proteção, prevenção de riscos e promoção de políticas públicas voltadas ao tema. Medidas e ações inclusivas para as crianças e os adolescentes no ambiente escolar e social em que vivem, por exemplo, fortalecem o papel cuidador e protetivo da família.
Acolhimento e tratamento
Assim como as doenças comuns do corpo, que atingem o coração, os rins e a pele, os transtornos mentais também são tratáveis e precisam de cuidados. Na medicina, o profissional responsável pela saúde e condições da mente é o psiquiatra, entretanto, os psicólogos também atuam no diagnóstico, prevenção e tratamento dos transtornos mentais.
Para cada problema existe um tratamento eficaz e adequado, seja ela depressão, transtorno de ansiedade, personalidade, alimentar, emocional etc. Além do apoio dos familiares das crianças e dos adolescentes, o acolhimento e cuidado profissional é um fator essencial para o controle e recuperação da saúde mental.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Hospital Albert Einsten, existem algumas ações que ajudam na prevenção ao suicídio e proteção às condições mentais, diminuindo os fatores de riscos e aumentando o bem-estar e a qualidade de vida das crianças e dos adolescentes. São elas:
- Reforço das relações afetivas, principalmente, dos pais, familiares e amigos com a criança e o adolescente;
- Promoção do diálogo e da escuta ativa, sem julgamentos;
- Envolvimento em atividades prazerosas ou que tenham significado para a criança ou jovem, como a leitura, música, cinema e hobbies em geral;
- Estabelecimento de horários e rotina para as atividades;
- Alimentação e sono saudáveis;
- Consultas de rotina ao médico;
- Administração das emoções e da resiliência;
- Prática regular de exercício físicos.
É essencial que, com o acolhimento e apoio da família, as crianças e os adolescentes busquem formas saudáveis e construtivas de enfrentar e tratar as condições de saúde mental.