Em uma ação para entender a percepção dos adolescentes em relação à Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Fundação Abrinq realizou uma pesquisa voltada a adolescentes de 14 a 18 anos, que puderam expor suas percepções em relação aos conceitos de sustentabilidade e como eles impactam suas vidas cotidianas.
Agora, a organização lança a publicação Adolescência e a Agenda 2030, com os principais resultados obtidos por meio da pesquisa, que contou com a participação de mais de 2 mil adolescentes, incluindo adolescentes beneficiados por organizações do Programa Nossas Crianças e estudantes de escolas envolvidas no Projeto Construindo Futuros, iniciativas da Fundação Abrinq.
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Realizada por meio de um questionário online com 17 perguntas fechadas durante 22 dias, entre 3 e 25 de agosto de 2023, a pesquisa apresenta resultados que têm o potencial de orientar políticas e estratégias voltadas para a Educação e o envolvimento dos adolescentes em questões globais.
Principais resultados
A maioria dos adolescentes entrevistados (79,5%) afirmou ter um alto grau de conhecimento sobre a Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, pouco mais da metade (55,9%) demonstrou um conhecimento proporcional sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso sugere que muitos deles podem não associar a ONU com a Agenda 2030 e os seus objetivos.
Eles também destacam a importância dos ODS para a melhoria das condições de vida. Os temas mencionados incluem Saúde (52%), meio ambiente (47,7%), Educação (47,1%), saneamento básico (46,4%), pobreza e renda (41,6%) e emprego (41,5%). No entanto, os adolescentes percebem que todas as dimensões do desenvolvimento sustentável têm sido negligenciadas pelos governos.
A falta de investimento em Educação e Saúde é percebida como o principal desafio, seguida pela carência de acesso a serviços essenciais, como água potável e saneamento básico, e pelas disparidades sociais e econômicas. Entre os aspectos dos ODS considerados melhor atendidos pelos adolescentes, a Educação fica em quarto lugar, atrás de alimentação, moradia e saúde. Surpreendentemente, a segurança ocupa o oitavo lugar, superando apenas a igualdade racial e de gênero.
Quando se trata de necessidades urgentes e essenciais para o futuro, os três principais aspectos necessários para melhorar as condições de vida, de acordo com a percepção dos adolescentes, são renda (71,8%), Saúde (48,6%) e segurança (45,6%).
“Compreender as percepções dos adolescentes é crucial para o sucesso da implementação dos ODS no Brasil e globalmente. As perspectivas deles oferecem uma visão valiosa sobre os desafios e ações necessárias para alcançar esses objetivos”, reforça Victor Graça, superintendente da Fundação Abrinq.
A publicação evidencia a urgência de envolver os adolescentes na concretização dos ODS. A participação ativa não é apenas desejável, mas essencial na construção de um futuro equitativo.