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Neste Dia do Dentista, conheça um voluntário dedicado há 24 anos à causa da infância e adolescência

25/10/2021
Neste Dia do Dentista, conheça um voluntário dedicado há 24 anos à causa da infância e adolescência

Em 25 de outubro é celebrado o dia do dentista. A data foi instituída no decreto de lei nº 9.311 de 1884 que regulamentou e criou os primeiros cursos de Odontologia no Brasil. A homenagem ganhou destaque pela importância do profissional no tratamento e prevenção de várias doenças bucais que acometem a população.

Com orientação de um especialista, é possível prevenir doenças e aprender a cuidar de forma correta da higiene bucal. Afinal, é importante que o cuidado seja efetivo, pois a boca é a porta de entrada do nosso organismo e importante para manter a saúde em geral.

A fase mais importante para a prevenção de enfermidades bucais, ocorre durante a infância e adolescência, devido a transformação e formação permanente da arcada dentária, além da ocorrência de bons hábitos saudáveis que, quando bem transmitidos nesta fase, contribuem para a formação de adultos com maior consciência sobre os cuidados bucais necessários para uma melhor qualidade de vida.

Um sorriso saudável pode mudar vidas

Criado em 1997 pela Fundação Abrinq, o Programa Adotei um Sorriso tem como objetivo mobilizar e engajar dentistas e psicólogos que queiram se dedicar voluntariamente, oferecendo atendimento às crianças e/ou aos adolescentes em seus consultórios ou desenvolvendo uma ação de saúde preventiva nas organizações da sociedade civil que integram o programa. A iniciativa atende todas as regiões do Brasil e o voluntário é o protagonista.

O dr. Wagner Andrade é um dos dentistas participantes do programa e, desde o seu início contribui para que crianças e adolescentes possam sorrir sem medo e de forma saudável. A Fundação Abrinq conversou com o profissional que contou sobre o início de sua carreira, o amor à profissão e a dedicação à causa da infância e adolescência.

Confira a entrevista abaixo:

- Quando descobriu que queria ser dentista?

Eu não imaginava que seria dentista. Quando eu tinha 17 anos, quando ia ao meu dentista, gostava muito de vê-lo trabalhar. Eu logo pensei que seria algo que me identificaria profissionalmente também. Como ainda estava em dúvida de qual profissão seguir, realizei um teste vocacional, no Hospital das Clínicas. Este teste, na época, era feito durante um dia inteiro. O resultado sinalizou que eu tinha propensão à carreira militar ou a de saúde. Optei pela área de saúde, mesmo não tendo familiares na profissão. Eu me dediquei muito aos estudos e entrei na Universidade de São Paulo (USP), em 1974, na Faculdade de Odontologia.

Adorei o curso desde o início. Logo no primeiro ano, conheci a minha esposa, Maria Adela, que estava no segundo ano.

- Você faz parte do Programa Adotei um Sorriso desde o início. Como foi?

Tenho uma grande amiga na Zona Norte de São Paulo – SP, a dra. Marisa Agnello. Em 1997, ela entrou em contato comigo e com a minha esposa e comentou que o amigo dela, Fabio Bibancos estava criando na Fundação Abrinq, um programa denominado Adotei um Sorriso e captando voluntários. O diferencial era que os atendimentos às crianças e aos adolescentes eram realizados nos próprios consultórios dos dentistas. Maria Adela e eu aceitamos na hora.

- O voluntariado sempre esteve presente na vida do casal?

Sempre atuamos com trabalho voluntário. Na época em que o programa iniciou, realizamos uma reunião presencial, pois éramos poucos dentistas, para nos inteirarmos sobre como funcionava.

Desde então, nos dedicando aos atendimentos, até que, neste mês, solicitamos o nosso desligamento, em razão do nosso ritmo de trabalho no consultório.

Sou especializado em reabilitação oral e prótese dentária. Durante muitos anos, trabalhei com clínica geral e atendi muitas crianças e adolescentes. Só que a Odontologia evoluiu muito e as áreas de Prótese e Dinâmica ficaram muito complexas e extremamente dinâmicas e ficava muito difícil acompanhar a evolução da Odontopediatria. Então, há uns 20 anos, optei por interromper o atendimento no consultório ao público infanto-juvenil, encaminhando-os aos especialistas da área.

Agora, todos os meus clientes são adultos. Passei a atender as crianças e adolescentes somente do programa da Fundação Abrinq.

- O que o Programa Adotei um Sorriso representou para você?

Foram aproximadamente 400 crianças e adolescentes atendidos nestes 24 anos. Eu me dediquei com muito carinho e ofereci a minha contribuição clínica. Em outubro deste ano, realizei o meu último atendimento.

Quando tinha disponibilidade, entrava em contato com o programa. Gostava muito de atendê-las. Cheguei a atender três crianças ao mesmo tempo em minha agenda.

Algumas crianças cheguei a atender em meu consultório, que somente podiam vir na semana em que os pais recebiam o salário e não conseguiriam vir nas semanas seguintes para dar continuidade ao tratamento, pois não teriam o dinheiro do ônibus. Lembro de uma ou duas vezes em que entreguei o dinheiro da condução. A mãe havia me dito que voltaria a pé para casa, mesmo morando muito longe dali. Ela me respondeu que só tinha o dinheiro da ida ao consultório com a criança, mas não tinha para voltar. Normalmente, são famílias grandes. A mãe vem com a criança que será atendida e com os outros filhos menores, pois não tem com quem deixar em casa.

- Qual a importância da saúde bucal para as crianças e os adolescentes?

A saúde bucal é fundamental, em todos os sentidos. Diversos estudos mostram que as pessoas que tem uma boa dentição, têm uma boa condição de saúde geral muito melhor se comparado àquelas que não tem, pois elas conseguem comer bem e mastigar bem. Quando a pessoa possui problemas na dentição é mais propensa a não se alimentar bem, pois sente dor, pode vir a ter uma anemia, ou desenvolver problema gástrico pois engole a comida em grandes quantidades. A questão da autoestima também é importante.

Durante a minha participação no programa, procurei conscientizar os pais sobre a importância da consulta preventiva e de não esperar surgir um problema mais sério com a criança para levá-lo ao dentista – como a quebra de um dente, ou uma cárie, por exemplo.

É muito importante também evitar o consumo de doces e criar o hábito de escovação nas crianças.

- Você e a sua esposa estão deixando o programa este ano. Qual a dica aos novos colegas?

O voluntariado é maravilhoso. Todo o profissional da área de saúde, principalmente, deveria ceder algumas horas de sua vida para ajudar ao próximo em uma atividade voluntária. Não precisa ser especificamente em sua área. Isso faz um bem para nós mesmos. É gratificante!

Ao longo destes anos, 410 organizações sociais já participaram do Adotei um Sorriso e 290 mil crianças e adolescentes foram beneficiados com atendimentos clínicos e institucionais por todo o País. Atualmente, o programa conta com cerca de 272 profissionais voluntários.

Faça como o Wagner e junte-se a nós. Se você é um dentista ou psicólogo, seja voluntário do Programa Adotei um Sorriso. Entre em contato com a Fundação Abrinq pelo e-mail adotei@fadc.org.br ou WhatsApp (11) 94512-4119, e ajude a transformar a realidade de milhares de crianças e adolescentes que estão perto de você.

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