Você sabe quais são os sintomas da Covid-19 nas crianças? Após um ano do início da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, muitas pessoas têm dúvidas sobre os principais sintomas nos pequenos e nos adolescentes.
A Fundação Abrinq conversou com a pediatra e intensivista, Maria Amparo Martinez Descalzo, Mestre em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), para saber como essa doença se manifesta nas diferentes faixas etárias e os cuidados com a prevenção.
Os sintomas da Covid-19 são diferentes para cada faixa etária?
A maioria dos bebês e das crianças são assintomáticos. Quando os sintomas surgem, variam um pouco, conforme a idade da criança. É preciso estar alerta ao quadro clínico e à respiração da criança e aos primeiros sinais apresentados, levá-la ao posto de saúde mais próximo para atendimento médico e realização de exames laboratoriais. “A criança ou o adolescente será medicado e acompanhado pelo médico. Os pais ou responsáveis receberão as orientações de cuidado e tratamento adequados ao paciente”, ressalta a especialista.
0 a 2 anos - os sintomas principais são febre, vômito, tosse e dificuldade respiratória. Sobre a transmissão do vírus da mãe para o bebê, durante a gravidez, ainda não há comprovação científica de que isso possa ocorrer. O bebê pode ser infectado após o nascimento, caso tenha contato com uma pessoa que esteja com o vírus.
3 a 9 anos – com as crianças menores, é preciso estar atento aos sinais de febre, tosse, dificuldade para respirar, dor de cabeça, diarreia, dor abdominal e na região do tórax.
10 a 19 anos – os pré-adolescentes e adolescentes, além da febre, tosse e diarreia, podem também apresentar: náusea/vômito e perda na capacidade de sentir cheiro ou gosto da comida.
O índice de mortalidade da Covid-19 em crianças e adolescentes, se comparado aos adultos, é menor. Segundo dados do DataSUS, o departamento de informática do Sistema Único de Saúde, desde o primeiro caso confirmado e registrado de Covid-19, no ano passado até março de 2021, 779 crianças com até doze anos morreram da doença, no Brasil.
A pediatra alerta aos pais e responsáveis que não esperem o agravamento destes sintomas. “Eles devem procurar atendimento médico aos primeiros sinais. É importante para o diagnóstico e para um tratamento será mais eficaz”.
Testagem
Sobre o tema, a médica destaca a importância de se avaliar o quadro clínico, os sintomas e conversar com os pais, principalmente nos casos de bebês ou de crianças pequenas, uma vez que o procedimento é dolorido e incômodo. “A testagem é muito importante para a confirmação do diagnóstico. Mas, em alguns casos, quando alguém muito próximo da família, como o pai, a mãe e o irmão tem os sintomas, o teste pode ser feito em um deles, não necessariamente na criança. O importante é avaliar cada caso individualmente e identificar a necessidade da testagem”.
Como proteger a criança do novo Coronavírus?
As crianças devem seguir os mesmos cuidados que os adultos na prevenção da Covid-19, o que inclui:
• Lavar as mãos regularmente com água e sabão, especialmente após frequentar locais públicos;
• Manter o distanciamento de outras pessoas;
• Crianças a partir de 2 anos devem utilizar máscara de proteção individual, sobretudo se estiver em com tosse ou espirros;
• Evitar tocar com as mãos no rosto, principalmente na boca, nariz e olhos.
Para a pediatra, “estes cuidados devem ser incluídos no dia-a-dia da criança, pois, além de protegerem o pequeno contra o vírus, também ajudam a diminuir a sua transmissão, evitando o contágio a outras pessoas”.
Volta às aulas
Os cuidados preventivos são muito importantes para se evitar o contágio. “As escolas devem trabalhar com um número mais reduzido de alunos e promover o distanciamento social no ambiente”, destaca a médica.
A pediatra recomenda aos pais que não enviem as crianças à escola se estiverem com sintomas da doença, ou mesmo suspeita. “É mais seguro para todos, tanto para o paciente, quanto para os colegas e funcionários”.
Dicas da Sociedade Brasileira de Infectologia para proteger as crianças e os adolescentes do novo Coronavírus:
• Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
• Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
• Usar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
• Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Manter os ambientes bem ventilados;
• Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
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