O Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, tem o objetivo de reforçar a importância da imunização na prevenção de doenças e na promoção da saúde pública. A vacinação é uma grande aliada na proteção da saúde infantil, contribuindo até mesmo para a erradicação de males que, no passado, causaram epidemias devastadoras. No entanto, ainda existem muitos desafios para garantir que todas as crianças recebam as vacinas recomendadas, principalmente em tempos de desinformação e fake news.
Por que é tão importante que os pais mantenham a “carteirinha de vacinação” dos filhos atualizada e organizada?
A Carteira Nacional de Vacinação, popularmente conhecida como carteirinha de vacinação, é um documento que registra todas as vacinas que uma pessoa recebe ao longo da vida. Ela serve como um histórico detalhado de imunizações. Manter a carteirinha organizada e atualizada é importante porque cada vacina segue um cronograma específico, estabelecido com base em estudos científicos, para garantir a proteção máxima contra doenças infecciosas em diferentes fases do desenvolvimento infantil.
Vacinas como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou a pentavalente (que protege contra difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B) exigem doses e reforços aplicados em intervalos adequados. O atraso ou a ausência de uma dessas doses pode comprometer a imunização e deixar a criança vulnerável a doenças que podem ser evitadas.
Como as vacinas fortalecem o sistema imunológico das crianças?
As vacinas funcionam expondo o organismo a versões atenuadas ou inativadas dos patógenos que causam as doenças, ensinando o corpo a reconhecer e combater essas ameaças sem provocar a doença em si. Esse processo é chamado de "memória imunológica" e permite que o sistema imunológico responda de forma rápida e eficaz caso a criança seja exposta ao agente infeccioso real no futuro.
Por exemplo, ao receber a vacina contra a poliomielite, o organismo da criança aprende a combater o vírus que causa a doença. Se a criança for exposta ao vírus no futuro, seu corpo já terá os anticorpos necessários para combatê-lo de forma eficiente, evitando complicações graves, como a paralisia infantil. Dessa forma, as vacinas preparam o corpo para enfrentar doenças de forma eficaz e segura, sem os riscos associados às infecções naturais. É assim que o Brasil não registra um caso da doença desde 1989.
Quais os impactos de atrasos na vacinação infantil?
Longos atrasos na vacinação aumentam o risco de surtos de doenças evitáveis, como sarampo, coqueluche e rubéola, que têm ressurgido em algumas regiões devido à baixa cobertura vacinal. Essas doenças, além de serem altamente contagiosas, podem causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até mesmo morte.
Além disso, quando uma criança deixa de ser vacinada no tempo correto, há uma janela de vulnerabilidade durante a qual seu sistema imunológico não está preparado para combater a infecção, o que aumenta a probabilidade de complicações severas caso contraia a doença. Portanto, o atraso na vacinação não apenas coloca em risco a saúde individual, mas também compromete a imunidade coletiva, prejudicando a proteção da comunidade contra surtos.
Quais estratégias podem ser adotadas para garantir que os pais mantenham as vacinas dos filhos em dia?
Em um contexto onde a desinformação e as fake news sobre vacinas se proliferam nas redes sociais, os pais precisam ter acesso a informações confiáveis e ser encorajados a manter as vacinas dos filhos em dia. Confira abaixo algumas estratégias para enfrentar esse desafio:
Campanhas de conscientização: o governo e as organizações de saúde devem investir em campanhas contínuas de educação sobre a importância das vacinas, utilizando meios de comunicação acessíveis, como televisão, rádio, redes sociais e panfletos distribuídos em postos de saúde e escolas. Essas campanhas precisam abordar de maneira clara e didática os mitos mais comuns sobre vacinas, reforçando as evidências científicas.
Parcerias com profissionais de saúde: pediatras, enfermeiros e agentes comunitários de saúde são peças-chave na orientação dos pais sobre a vacinação. Esses profissionais devem estar capacitados para desmistificar informações falsas e explicar os benefícios das vacinas, além de alertar sobre os riscos do atraso vacinal. A Fundação Abrinq, em parceria com a Sanofi, atua no município de São Vicente – SP, por meio do Projeto Vacinação, ofertando diversas capacitações para profissionais da atenção básica em diferentes temas relacionados à importância da imunização.
Uso de tecnologias: aplicativos de celular e ferramentas digitais podem ser aliados importantes para lembrar os pais sobre as datas de vacinação e fornecer informações sobre os postos de saúde mais próximos. Inclusive, o site do governo federal é uma ótima fonte de informações. Clique aqui para acessar.
Facilitação do acesso à vacinação: para muitas famílias, especialmente em áreas remotas, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde pode ser um obstáculo para manter a vacinação em dia. Garantir postos de vacinação móveis e ampliar o horário de funcionamento dos centros de saúde são medidas para melhorar a adesão à vacinação.
Combate às fake news: as redes sociais e plataformas digitais também devem desempenhar um papel ativo na moderação de conteúdos falsos sobre vacinas. Parcerias com empresas de tecnologia podem ajudar a identificar e remover informações enganosas, enquanto páginas e perfis oficiais de órgãos de saúde devem ser amplamente promovidos para garantir que as famílias encontrem informações confiáveis de maneira rápida e fácil.