Notícias

Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, aborda a infância nas periferias urbanas

23/10/2024
Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, aborda a infância nas periferias urbanas

O Encontro Nacional com Coletivos, realizado pela Fundação Abrinq no dia 19 de outubro, no Cine Glauber Rocha, em Salvador – BA, reuniu coletivos de diversas regiões do Brasil com o mesmo interesse: dialogar sobre como melhorar a realidade das crianças e dos adolescentes que vivem em regiões periféricas. O evento foi aberto para o público e todas as pessoas interessadas pela temática puderam participar do debate.

A manhã iniciou com uma fala de abertura do Victor Graça, superintendente da Fundação Abrinq, que ressaltou a importância dos coletivos para beneficiar de forma inovadora e realista as crianças e os adolescentes. Graça explicou também que a intenção da Fundação Abrinq é ajudar, por meio do seu alcance e reconhecimento, a potencializar as ações realizadas nos territórios pelos grupos.

“As pessoas têm o poder de transformar, e nós utilizamos a nossa marca e o nosso reconhecimento para tentar ajudar quem está na ponta atendendo as crianças e os adolescentes e fazendo muitas coisas novas”, comenta o superintendente durante a sua fala.

O evento seguiu com a participação de Carol Adesewa, professora afrocentrada que atua na rede pública de ensino de São Francisco do Conde, idealizadora do Projeto Afroinfância, projeto colaborativo de educação afrocentrada que busca contribuir com a construção da identidade e autoestima da criança negra, e escritora do livro Plantando com Malik, e Rodrigo França, cineasta, ator, diretor teatral, dramaturgo, escritor, roteirista e artista plástico, que dialogaram sobre a infância e os vínculos comunitários nas periferias urbanas.

“Foi um encontro emocionante. Estar no palco olhando para pessoas que estão tão comprometidas com a infância, a adolescência e o nosso país, me deu gás. Eu vim com tanto carinho e aberto para ouvir e falar com essa plateia que trabalha com crianças e adolescentes, que faz o possível e o impossível para tirá-los da vulnerabilidade, para mim é uma responsabilidade imensa. Saber que sou uma gota no oceano e que tem gente muito potente, nos estabelece um espelho para olharmos para cada profissional e nos reconhecermos. Nos reconhecermos no amor, na luta, às vezes na dor, mas principalmente na potência”, compartilha França.

Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, aborda a infância nas periferias urbanas
Rodrigo França, Carol Adesewa e Victor Graça.

Ao falar sobre racismo e a realidade das crianças pretas, Carol discorreu sobre o papel das escolas na inclusão dos alunos: “é importante ter brinquedos afirmativos dentro das escolas? É muito importante, eu acredito que seja um avanço para nós, mas não é suficiente. Quando nós pensamos em todas as questões que as crianças pretas passam dentro das escolas, nós entendemos que ao passo que a escola pode ser um espaço fértil para desconstruirmos preconceitos e discutirmos diferentes questões, ela também pode reforçar estereótipos racistas”, explica.

Na sala de cinema, preenchida por mais de 80 pessoas presentes no evento, foram levantadas reflexões de suma importância para a causa, como a contribuição da Rafaela Nunes, integrante do Coletivo Encrespados: “nós compartilhamos as delicias e as dores [das crianças e dos adolescentes] também. Quando a gente chega para fazer uma intervenção, uma ação nas escolas com as crianças e os adolescentes, nós vivenciamos e escutamos muitas histórias de dor também”, relata, com o questionamento sobre como os profissionais podem seguir mais fortalecidos neste processo.

Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, aborda a infância nas periferias urbanas
Participação de Rafaela Nunes, do Coletivo Encrespados.

Rafaela ainda compartilhou a sua experiência no encontro e no Projeto Coletivos: “estou muito feliz por estar no Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, vendo o encerramento do ciclo 2. Isso ajuda a gente a se inspirar e perceber como o apoio da Fundação Abrinq é fundamental para que possamos estruturar ainda mais o nosso trabalho, para fazê-lo com impacto, mas também com dignidade. Estar aqui, vivenciar o encontro, se conectar com outros coletivos, me inspira ainda mais a realizar as nossas ações lá em São Paulo”, afirma.

O encontro também marcou o lançamento da publicação Transformando a infância e adolescência nas periferias – ciclo 2, criada pelos 11 coletivos que integraram o ciclo 2 do Projeto Coletivos, para celebrar o encerramento desta parceria que durou um ano, na qual a Fundação Abrinq apoiou os grupos por meio de assessoramentos técnicos e financeiros.

O lançamento contou com a participação de representantes dos coletivos Companhia de Artes Elementos, Biblioteca Comunitária do Arvoredo e Biblioteca Comunitária Roedores de Livros, que falaram sobre a atuação de cada coletivo em prol das crianças e dos adolescentes e o processo de produção da publicação.

Cada um dos coletivos foi homenageado no final do evento com artes personalizadas que representavam suas atuações de forma única.

Encontro Nacional com Coletivos, da Fundação Abrinq, aborda a infância nas periferias urbanas


Os coletivos homenageados foram:

  • Poesia nas Quebradas, localizado em Planaltina - DF;
  • Biblioteca Comunitária Roedores de Livros, localizado em Ceilândia – DF;
  • Grupo Cultural Àsé Dúdú, localizado em Ceilândia – DF;
  • Gaviões da Lua, localizado em Salvador – BA;
  • Coletivo Cultural Ibomin, localizado em Lauro de Freitas – BA;
  • Companhia de Artes Elementos, localizado em Salvador – BA;
  • Centro Cultural Mamulengo, localizado em Salvador – BA;
  • Maloka Cultural, localizado em Lauro de Freitas – BA;
  • Biblioteca Comunitária do Arvoredo, localizado em Porto Alegre – RS;
  • Coletivo Caixa de Pandora, localizado em Porto Alegre – RS;
  • A Pezito, localizado em Porto Alegre – RS.

Confira todas as fotos do Encontro Nacional com Coletivos aqui.

Acompanhe a Fundação Abrinq nas redes sociais