Com a volta às aulas chegando, um problema que fica mais evidente do que o de costume é o abandono escolar. Este fenômeno pode ser definido como a situação na qual a criança ou o adolescente deixa de frequentar a escola durante o ano letivo, uma questão grave que afeta negativamente milhares de pessoas no País.
Segundo dados públicos compilados pela Fundação Abrinq no Observatório da Criança e do Adolescente, a taxa de abandono escolar no ensino médio em 2021 mais do que dobrou em relação a 2020, indo de 2,3% para 5%. O aumento correspondeu a mais de 388 mil abandonos, isto é, milhares de adolescentes fora da escola e sendo prejudicados.
Como as crianças e os adolescentes passam grande parte do seu tempo no ambiente escolar, este é um lugar que acaba tendo um papel fundamental para o desenvolvimento deles. Além de proporcionar educação formal para os estudantes, benefício mais comumente associado às instituições de ensino, estes lugares também são responsáveis por ajudar a desenvolver habilidades sociais e por garantir que as pessoas não sofram com a violação dos seus direitos durante a infância e adolescência.
Para além da Educação formal
As instituições de ensino proporcionam um ambiente propício para que as crianças e os adolescentes conheçam outras pessoas além daquelas com as quais convivem normalmente, como as suas famílias. Esta é uma oportunidade importante porque o convívio com pessoas da mesma idade e em mesmos estágios de desenvolvimento estimula a socialização destes indivíduos, o que tem impacto positivo nas suas vidas.
As escolas também fazem parte do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, atuando em conjunto com outras instituições no país para que os direitos das pessoas durante a infância e adolescência não sejam violados. Neste sistema, estão integrados também, por exemplo, os Conselhos Tutelares, as Varas da Infância e da Juventude e as Organizações da Sociedade Civil.
Como estão em contato direto com seus alunos, é papel das instituições de ensino estarem atentas para que percebam sinais de violação, como o trabalho infantil e o abuso sexual. Nestes casos, a escola deve fazer o encaminhamento dos casos para os Conselhos Tutelares ou outras autoridades competentes, para que os direitos das vítimas sejam assegurados.
Atuação da Fundação Abrinq
Para ajudar a evitar que adolescentes deixem de frequentar a escola, a Fundação Abrinq desenvolve o Projeto Construindo Futuros, que tem como objetivo promover o desenvolvimento de projetos de vida dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental, a fim de subsidiar a escolha dos itinerários formativos na transição para o ensino médio.
Em 2022, o projeto contou com a participação de 27 instituições. Ao todo, foram 2.353 adolescentes beneficiados com as atividades da iniciativa e 53 profissionais de Educação formados com os cursos proporcionados pela Fundação Abrinq.
As atividades com os alunos consistiram em aulas de projeto de vida, visitas culturais e o uso do caderno do estudante entregue pela Fundação Abrinq. Já os educadores puderam participar do curso Construindo Futuros, composto por 8 módulos que qualificaram os educadores em temáticas emergentes da adolescência.
Saiba mais sobre o Projeto Construindo Futuros:
Projeto Construindo Futuros está ativo em 27 escolas e beneficiará 2.353 adolescentes