Em 2021, a Fundação Abrinq, por meio do Projeto de Fortalecimento da Rede Estratégia ODS apoiou quatro organizações da sociedade civil com recursos financeiros na implementação ou incorporação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em seus projetos.
A Associação Reciclázaro, Associação Voluntários para o Serviço Internacional Brasil (AVSI), Casa Pequeno Davi e o Centro de Educação Popular Comunidade Viva (COMVIVA) promoveram projetos com foco no atendimento a público em situação de vulnerabilidade socioeconômica, redução das desigualdades étnico-racial, gênero e geracional, promoção dos Direitos Humanos e do desenvolvimento econômico local sustentável.
Para compartilhar os principais aprendizados e desafios durante a realização dos projetos, o projeto promoveu em março, o webinar Organizações da Sociedade Civil e a Estratégia ODS, com representantes das organizações. Durante o evento, o público pôde conhecer a metodologia e os resultados de projetos que contaram com o apoio da coalizão e financiamento da União Europeia.
Assista ao evento completo:
Sob a mediação de Silvia Sá, da consultoria Mandaçaia Social, empresa que ofereceu suporte técnico para as organizações financiadas, o evento começou com uma breve apresentação de Thiago Battaglini, coordenador do projeto da Fundação Abrinq, sobre os critérios de seleção e o desenvolvimento dos trabalhos ao longo de oito meses em 2021.
Todos os projetos apresentaram diversos desafios, precisando de readaptação, com novas estratégias devido à pandemia. Por isso, o trabalho foi construído com base em indicadores comuns relacionados à temas como igualdade de gênero e geração de trabalho em renda. Dessa forma, foram traçadas estratégias comuns conectadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, auxiliando no estabelecimento de uma mensuração de impactos dos projetos.
A AVSI Brasil, por meio do projeto Costurando Oportunidades: Inserção Produtiva de Mulheres em Situação de Privação de Liberdade, tinha como principal missão, tornar as mulheres protagonistas do próprio desenvolvimento, de sua família e comunidade, em situações de vulnerabilidade ou emergência humana, por meio de projetos sociais. Para isso, as atividades contribuíram para o desenvolvimento socioeconômico de mulheres em privação de liberdade nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (APACs) femininas.
De acordo com Déborah Amaral, gerente geral da instituição, “O projeto Costurando Oportunidades foi um importante marco para as APACs femininas de Minas Gerais, pois foi de fato uma oportunidade para abrir um canal de escuta com as mulheres em cumprimento de pena de privação de liberdade, através de uma abordagem com os ODS, ajudando a emergir diversas sugestões de intervenção para contribuir na redução das desigualdades de gênero e acesso à renda por um trabalho digno”.
Já a Casa Pequeno Davi, com o projeto Promoção de Autonomia e Geração de Renda por Organizações Solidárias de Mulheres na Paraíba foi contemplado. A ação é realizada nas microrregiões da zona da mata e Borborema, na Paraíba, e contribui com o fortalecimento de iniciativas de atividades produtivas desenvolvidas por oito grupos e empreendimentos econômicos solidários de mulheres, beneficiando diretamente 104 mulheres, que produzem bolos, refeições típicas regionais – incluindo derivados de mariscos e pamonha – massas, salgados de raízes locais (macaxeira, batata doce e inhame), suplementos alimentares, artesanatos, trabalhos manuais, hortas e quintais produtivos.
Segundo Dora Delfino, educadora social da organização paraibana, “a iniciativa fortaleceu o que já estava em construção pelas mulheres na linha de produção, no sentido da gestão, no que diz respeito à organicidade, no aspecto financeiro com a questão dos fundos rotativos para os grupos. O fundo rotativo tem funcionado como uma reserva para o cotidiano das atividades produtivas. O projeto contribuiu nas questões de gênero ajudando as mulheres entender que trabalhar os recursos financeiros daria autonomia em vários aspectos. Por exemplo, as mulheres não se viam na luta pela terra, que foi uma luta que deu início à formação dos grupos. As mulheres não tinham consciência de que fizeram a diferença nessa a luta. Já o apoio do Estratégia ODS possibilitou também a compreensão dos 17 Objetivos, reconhecendo os três que estavam diretamente ligados ao projeto”.
A Associação Reciclázaro realizou o projeto Pão de Moça – Mulheres de Coragem em Ação, que atendeu cerca de 20 participantes de São Paulo-SP. O objetivo foi promover a reintegração na sociedade de pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de ações socioambientais. Dessa forma, restabelece-se a participação ativa dessas mulheres como cidadãs, com direitos básicos nas áreas de promoção humana, saúde, educação e trabalho, garantindo, também, acesso à sustentabilidade através de atividades de geração de renda.
Já o COMVIVA, com o projeto Da prevenção à ressignificação da vida, tinha a meta de ampliar as condições que possibilitem o atendimento e o acompanhamento no contexto da prevenção, atenção, defesa e responsabilização frente as violências domésticas e sexuais enfrentadas por crianças e adolescentes no agreste pernambucano.
Saiba mais sobre a atuação do projeto Fortalecimento da Rede Estratégia ODS e como ele contribui para o sucesso no cumprimento da Agenda 2030 no País.