Igualdade entre as pessoas, justiça, garantia da dignidade, proteção e liberdade. Estes são alguns dos princípios e valores que regem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em vigor desde dezembro de 1948. O documento foi criado após a 2ª Guerra Mundial, a partir de um esforço da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover a paz.
O caráter universal da Declaração garante igualdade de direitos entre todos os cidadãos. As crianças e os adolescentes, no entanto, possuem alguns direitos adicionais tendo em vista suas necessidades específicas de proteção e desenvolvimento. Em novembro de 1959, durante a Assembleia Geral da ONU, foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, documento que orienta os países a respeitarem as necessidades básicas de meninos e meninas, como o direito à alimentação, Saúde, lazer e Educação de qualidade.
Além de ser considerada um direito fundamental, a Educação é um meio de alcançar os objetivos propostos na Declaração. Ela é a base para um mundo melhor. Por isso, é dever do Estado e da sociedade civil garantirem o acesso de crianças e adolescentes a um ensino de qualidade, promovendo o desenvolvimento pessoal e social que permita a eles conhecerem os seus direitos e terem voz na sociedade.
Com o objetivo de fomentar o conhecimento relacionado aos direitos humanos, para as crianças e os adolescentes nas escolas brasileiras, a Fundação Abrinq realizou ontem (07/04), o webinar para apresentar o Projeto A Árvore, idealizado pelo Acervo Otavio Roth e realizado com o apoio da Fundação.
A Árvore
A Árvore é o nome de uma instalação itinerante de arte participativa formada por folhas de papel pintadas individualmente por mais de 90 mil crianças de cerca de 70 países que, por meio da linguagem universal do desenho, compõem uma peça única de arte colaborativa. Ela foi concebida pelo artista plástico brasileiro Otávio Roth e inaugurada na Escola da ONU, em Nova York, EUA, em 1990.
Por meio da arte, o autor buscou celebrar a paz e integrar crianças de todo o mundo nesse projeto por um futuro melhor. Na ideia original, A Árvore deveria chegar a um milhão de folhas até o ano 2000, quando seria projetada sobre a fachada do edifício-sede da ONU em Nova Iorque. Este prazo não pôde ser cumprido devido à morte prematura do artista, em 1993.
O Acervo Otávio Roth relançou a proposta em 2018, promovendo-a como uma obra que materializa o processo contínuo da cultura de paz pela sensibilização de crianças de diferentes origens e de diferentes gerações.
O projeto
O projeto visitará, pelo menos, dez capitais brasileiras nas cinco regiões, engajando 25 mil alunos e 800 professores em uma rede ampla e plural, voltada para pensar e discutir o ensino de direitos humanos e princípios do desenvolvimento sustentável de maneira dinâmica e inovadora, enquanto colaboram para a produção da obra de arte participativa.
Na abertura do webinar, Victor Graça, gerente executivo da Fundação Abrinq destacou a relevância do projeto: “Levar o conhecimento sobre os direitos humanos às escolas por meio da arte vai de encontro com a nossa missão que é promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes. É uma forma de contemplar, desde cedo e de maneira leve, um tema fundamental para todas as pessoas”, explica.
Além da formação oferecida às secretarias estaduais, municipais e aos professores, voltada para a apresentação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, será fornecido pela Fundação Abrinq e pelo Acervo Otavio Roth material de apoio para ser utilizado em sala de aula, próprio para crianças e adolescentes. O destaque é para a publicação Declaração Universal dos Direitos Humanos, da escritora Ruth Rocha e com ilustrações de Otávio Roth.
Ao final da formação, cada criança produzirá duas folhinhas: uma ficará disponível para a instalação da Árvore na escola e outra que será utilizada na instalação original. Será entregue um certificado de contribuição.
Para Ana Roth, diretora do Acervo Otavio Roth, o papel possibilita a participação de milhares de crianças e adolescentes em uma obra participa: “Elas irão se expressar em uma folhinha de papel. O que parece ser uma pequena contribuição, na verdade, é o resultado de um processo que envolve muitas pessoas e etapas. Iniciamos com as secretarias, equipes e professores”, comenta.
O projeto itinerante terá a duração total de quatro anos e a proposta educativa de levar o conceito da Árvore para todo o país, chegando aos biomas tradicionalmente conhecidos. A realização em cada uma das regiões será anual. Veja abaixo:
2022 – Bioma Amazônico + Rio de Janeiro
2023 – Bioma Pantanal + Bioma Cerrado
2024 – Bioma Caatinga
2025 – Bioma Mata Atlântica + Bioma Pampa
No encerramento do projeto, em 2025, a proposta é a realização da exposição A Árvore: Biomas Brasileiros, em data e local a serem definidos, reunindo a produção de todas as crianças participantes.
Símbolo da paz
Isabel Roth, filha do artista plástico e curadora do acervo, revelou que seu pai desejava viajar o mundo com esse projeto. “A ideia era trabalhar com um milhão de crianças, ao longo de dez anos para, na virada do milênio (em 2000), expor essa obra gigantesca na fachada do edifício da ONU, em Nova York. Ele queria transmitir uma mensagem de paz, de harmonia entre os povos e de um compromisso das novas gerações por um futuro mais justo, sustentável e inclusivo”.
A curadora enalteceu a relevância que o trabalho de seu pai conquistou, mesmo após 30 anos. “A Árvore é o símbolo da paz. Hoje celebramos isso. O projeto irá passar pelo Amapá, Amazonas, Rondônia e Rio de Janeiro, graças à colaboração de cada uma das secretarias e do apoio da Fundação Abrinq. As escolas serão convidadas a trazer para a sala de aula reflexões sobre direitos humanos, diversidade, acolhimento e coletividade. Ao final, cada criança irá desenhar seu sonho em duas folhinhas. Vamos semear uma floresta. ”
Assista ao webinar de lançamento na íntegra:
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