Coletivos são, em essência, um grupo de pessoas atuando pelo que acreditam ser o melhor para si próprios e para a comunidade em que vivem.
Por entender a relevância destas iniciativas e considerando o cenário de transformação da atualidade, a Fundação Abrinq desenvolve o Projeto Coletivos, ação que tem como objetivo apoiar e fortalecer coletivos para contribuir com a inclusão social e redução de desigualdades. Desde abril deste ano, o Centro Comunitário Joilson de Jesus, popularmente conhecido como “Jojô”, localizado na comunidade do Parque Santa Madalena, recebe o apoio da Fundação na articulação e ações com outros coletivos, fortalecendo as atividades locais, bem como fomentando soluções voltadas para as crianças e os adolescentes.
O Jojô é um coletivo que atua na promoção, prevenção e defesa dos direitos humanos de crianças, adolescentes e seus familiares, do território de Sapopemba, zona leste de São Paulo –SP. O projeto atende 140 famílias e 200 crianças e adolescentes. São realizadas atividades culturais, pedagógicas, formativas, participativas e lúdicas, além de oficinas para a geração de renda em parceria com outros coletivos da região.
Reforma no espaço
Além do aporte mensal de R$ 2 mil que o projeto prevê, de março a dezembro, o coletivo foi contemplado, no início da parceria, com R$ 5 mil para realizar uma reforma no espaço.
No mês de maio, foi realizada uma readequação da recepção, com a compra de mesas, cadeiras, pufes e mobiliário, incluindo armário e prateleiras, pintura das paredes e manutenção geral da parte elétrica.
Para Jacqueline Gnoatto, psicóloga e voluntária do coletivo, a reforma foi importante para o projeto, intensificando o atendimento dos plantões sociais realizados pelo Jojô. “Durante a semana, as assistentes sociais realizam atendimentos no espaço, em parceria com o Centro de Direitos Humanos (CDHs) de Sapopemba. São realizados agendamentos no Poupatempo, serviços do INSS, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), regularização do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), elaboração de currículos e cadastramentos em portais de empregos. Conseguimos regularizar mais de 30 títulos de eleitores de moradores da comunidade. Isso só foi possível graças à nova estrutura física e aos equipamentos. O local agora é um espaço adequado de acolhida, escuta e sigilo, diferente de como estava antes da reforma, em que não tínhamos onde nos organizar e oferecer um bom atendimento a estas famílias”.
Construindo Saber
Os computadores também estão auxiliando o coletivo em um novo projeto: o Construindo Saber que trabalha com a alfabetização de adultos e crianças.
Os adultos se encontram às segundas e terças, no período noturno em duas turmas: alfabetização inicial e os já alfabetizados que estão se preparando para a prova do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCEJA), que será realizada em agosto. A iniciativa atende 23 jovens e adultos.
“Para essa segunda turma, o acesso aos computadores e à impressora contribuiu muito, pois no mês de maio realizamos plantões para as inscrições no exame. Além disso, pudemos imprimir todo o material necessário para que eles possam estudar em suas casas para a prova”, ressalta Jacqueline.
As atividades das crianças acontecem aos sábados, das 10h às 12h. Ao todo, são atendidas, 20 crianças de 6 a 10 anos. Os computadores são disponibilizados para a utilização dos pequenos no apoio à alfabetização escolar, por meio de jogos online e outras atividades.
Oficina de informática
No local está previsto, no final de junho, o início das atividades da oficina de informática. “Já temos a voluntária, selecionada por meio de processo seletivo em que divulgamos no grupo de colaboradores do projeto para atuar como mediadora na oficina. É algo muito positivo”, destaca Jacqueline.
As aulas serão realizadas às terças, das 17h às 18h. A princípio serão duas turmas por semana com 3 alunos cada. “Como são três equipamentos e a própria estrutura física do prédio não comporta uma turma tão grande, pensamos em propor às famílias que inscrevam as crianças para, inicialmente, turmas de aprendizado básico em informática, como acesso à internet e pacote Office para que tenham um contato inicial, pois muitas delas ainda não são alfabetizadas. A ideia é que contribua com o processo de alfabetização, prejudicado por conta da pandemia”, explica a psicóloga.
Nayara Pando, voluntária do curso de informática, está animada com o início das atividades. “Estou ansiosa para iniciar o trabalho com as crianças e os adolescentes, mesmo que no começo seja um grupo pequeno. Mas só de ensinar a eles aquilo que gosto e espero que eles também se identifiquem, é muito compensador”.
Nayara revela um carinho especial pelo Jojô, pois fazia parte da comunidade e foi atendida quando criança pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA), parceiro do coletivo. “Transformou a minha vida. Aprendi o básico de informática no CEDECA e, hoje, realizo serviços administrativos lá. Além disso auxilio aqui no Jojô quando há festividades”.
A nova voluntária se emociona ao falar sobre o sentimento de atuar em prol da infância. “A equipe do Jojô trabalha com o coração. Tudo o que nos foi proporcionado, ajudou em nosso crescimento e a seguirmos um bom caminho na vida, retribuímos com amor, pois queremos que as crianças tenham essa mesma oportunidade que tivemos. Esta que me tirou da situação de vulnerabilidade em que vivia e foi uma época muito difícil”.
Garantia de direitos
Desde 1990, mais de 8,8 milhões de crianças e adolescentes já foram beneficiados pelos 66 programas e projetos da Fundação Abrinq, voltados para a promoção do acesso à Educação de qualidade, Saúde e Proteção contra todos os tipos de violência e garantir que não houvesse nenhum retrocesso nos direitos já conquistados.
A missão é contínua e o trabalho não pode parar. Proporcionar uma vida justa e feliz para as crianças e os adolescentes é propósito da Fundação Abrinq. Clique aqui e saiba como ajudar.