Muitas organizações sociais precisaram se adaptar à pandemia para prosseguirem com suas atividades. O Instituto Gotas foi uma das instituições que repensou suas ações para não parar de atender as 208 crianças que frequentavam o local.
As oficinas de balé e futsal precisaram ser suspensas e os atendimentos com os assistentes sociais e psicólogos tiveram que ser reestruturados para o formato online. O que não mudou foi a necessidade das crianças e de suas famílias por apoio. Necessidade essa que aumentou consideravelmente neste ano.
“A região que atendemos de Fortaleza é bastante vulnerável. Atendemos muitas crianças que os pais estão presos, a família não tem renda fixa ou não moram com condições de saneamento básico adequadas”, conta Nara Rodrigues, presidente do Instituto Gotas.
Nara também relata que, por causa da pandemia, muitas famílias perderam seus empregos, em especial no início do ano, quando os estabelecimentos precisaram fechar para conter o avanço da COVID-19 no País.
No mesmo período, todas as organizações que atualmente estão conveniadas ao Programa Nossas Crianças, que oferece mensalmente apoio técnico e financeiro para organizações sociais que atendem diretamente crianças e adolescentes, puderam direcionar seus recursos advindos do programa para a compra de cestas básicas.
Com os repasses mensais, o Instituto Gotas consegue beneficiar em média 65 famílias por mês com a doação de alimentos e itens de higiene. A ação, realizada para minimizar os impactos da crise, tornou-se um alívio para muitos pais. Entre eles a Cristina*, mãe de cinco crianças, que em meio a pandemia precisou recorrer ao auxílio emergencial do governo.
“Ela recebe o auxílio, mas não conseguia bancar o aluguel, a luz e água, não supria todas as necessidades”, explica Nara.
Os cinco irmãos frequentavam a instituição, dois na Educação Infantil e três nas oficinas oferecidas no contraturno escolar e, por isso, todos os meses a família é contemplada com as doações das cestas.
“Essa era uma das famílias que recebia as cestas todos os meses, eu não deixava de fora pela vulnerabilidade e necessidade”, explica.
A seleção das famílias que recebem as doações é feita de acordo com a vulnerabilidade de cada uma e, segundo Nara, atualmente o suporte continua acontecendo para aquelas que ainda estão sem emprego.
“O que a Fundação Abrinq fez foi crucial para essas famílias aqui de Fortaleza. Elas se sentiram super assistidas e nós conseguimos matar um pouco da fome. Não tiramos a preocupação das pessoas em relação ao Coronavírus, mas a fome a gente conseguiu suprir na medida do possível”, conta Nara.
Assim como Cristina, muitas outras famílias ainda enfrentam dificuldades para terem acesso a um direito básico e fundamental: o direito à alimentação e, nesses casos, organizações como o Instituto Gotas tornam-se a única saída.
“Não tem como parar esse trabalho que fazemos. Existem parceiros que dão suporte, mas é quem está na ponta que vê as dificuldades da comunidade, a fome, quem precisa, quem tem vulnerabilidade e quem não”, finaliza Nara.
Desde março, mais de 24 mil cestas básicas já foram doadas para famílias em todo o Brasil e, assim como o Instituto Gotas, o trabalho da Fundação Abrinq não pode parar. Por isso, a instituição continua arrecadando recursos para a compra de mais itens e apoiando quem mais precisa neste momento. Clique aqui e doe recursos para a compra de uma cesta básica.
* Nome e imagem alterados para preservar a identidade dos envolvidos.