Localizado em Fortaleza (CE), o Instituto Arte e Cidadania do Ceará passou a integrar o Programa Nossas Crianças em setembro de 2019 e, dessa forma, receber o apoio técnico e financeiro da Fundação Abrinq para aprimorar o atendimento às 240 crianças, entre 0 e 3 anos, beneficiadas pela instituição.
Assim como outras organizações, o Instituto foi pego de surpresa ao precisar suspender suas ações presenciais devido à pandemia. Para que as crianças não ficassem sem apoio e, principalmente, sem condições adequadas para se desenvolver, o Instituto adaptou suas atividades para o modelo online, no entanto, a preocupação com o bem-estar das crianças aumentou não só no âmbito educacional como também no assistencial.
“As famílias que atendemos vivem em situação de vulnerabilidade social e normalmente não têm um vínculo empregatício fixo, então nesse período mais crítico da pandemia elas perderam suas fontes de renda. Elas não tinham acesso a nenhum valor que pudesse suprir as necessidades de suas casas”, conta Lorena Loureiro, assistente social do Instituto Arte e Cidadania do Ceará.
Considerando esse cenário, a instituição passou a investir o valor que recebe mensalmente da Fundação Abrinq para a aquisição de cestas básicas, kit de lanches, higiene bucal e corporal e fraldas para as crianças que ainda não passaram pelo período de desfralde.
“A entrega dessas cestas básicas, kits de lanches para as crianças, com iogurte, biscoitos, leite para aquelas que ainda tomam mamadeira, e a entrega de cestas com frutas e verduras foi uma forma de repor e continuar o atendimento nutricional das crianças”, explica.
Os itens foram entregues em duas etapas: a primeira para as famílias que moram próximo à instituição e que puderam retirá-los no local e a segunda para aquelas que moram um pouco mais longe, nesses casos foram realizadas visitas domiciliares.
“Nós investimos todo o valor que recebíamos da Fundação Abrinq na aquisição de cestas básicas, atendimentos imediatos a essas famílias e kits educacionais com livros, fantoches e outras coisas que possibilitaram a creche poder estar envolvida nessa dinâmica do lar”, comenta.
“Nós tivemos esse cuidado, tanto em relação às doações como da manutenção de vínculo, por meio de ligações e visitas domiciliares quando necessárias. Se não houvesse essa parceria com a Fundação nós não teríamos dado continuidade ao vínculo com essas famílias e elas estariam realmente dispersas e sem atendimentos de nenhuma instituição, nenhum órgão, nenhuma outra forma de auxílio”, completa Lorena.
Em dezembro o Instituto beneficiou as famílias atendidas com cestas natalinas, proporcionando um final de ano mais leve e típico para as crianças.
Agora, o desejo da organização é poder retomar as atividades presenciais com segurança: “Algumas famílias não voltaram a trabalhar porque não têm com quem deixar as crianças, então a primeira coisa que queremos é que isso aconteça, mas claro com segurança”, finaliza.
Enquanto o desejo não se torna realidade, o Instituto continuará com os atendimentos remotos.