Nos últimos meses, a Fundação Abrinq esteve visitando as suas organizações parceiras em todas as partes do País, para ver como têm evoluído depois de receberem o assessoramento técnico, administrativo e financeiro proporcionado com o Programa Nossas Crianças. Em uma dessas visitas, a Fundação tomou conhecimento de um caso muito interessante.
A história aconteceu no Instituto de Assistência Social Dom Campelo, uma organização de Recife – PE que realiza um projeto voltado ao enfrentamento do trabalho infantil. Inclusive, é exatamente este problema que afetava a vida da pequena Marta*, de apenas 10 anos de idade, atendida pela organização.
A garota vive em uma situação de vulnerabilidade social grave, morando com outras dez pessoas em uma casa de palafita alugada, pois a que estavam antes está desmoronando. Com a pandemia e a chegada de gêmeos, filhos da mãe de Marta, a realidade da família piorou ainda mais, pois tinham menos recursos e mais bocas para alimentar.
Foi assim que a Marta foi colocada para trabalhar nas ruas vendendo doces, se expondo a riscos e tendo menos tempo para crescer e se desenvolver plenamente. Gessylene Leite, coordenadora pedagógica do Instituto de Assistência Social Dom Campelo, conta que quando ela e a sua equipe souberam da situação, ficaram muito preocupados. As ruas que a menina precisava visitar para as suas vendas eram muito perigosas, frequentadas por pessoas bêbadas e envolvidas com o tráfico de drogas.
Assim que soube, a organização decidiu prestar um atendimento prioritário à Marta, para que ela pudesse sair da condição do trabalho infantil. Para isso, foram feitas diversas conversas diretamente não só com a criança, mas também com os próprios pais, para que todos entendessem os impactos negativos da prática no desenvolvimento da menina e que a responsabilidade de trazer sustento para a família não é dos pequenos.
Uma questão que alivia a carga dos pais e fez bastante diferença na história foi a alimentação, porque com o atendimento no Instituto de Assistência Social Dom Campelo, a garota tem refeições duas vezes ao dia. É por isso que o trabalho de organizações como a Fundação Abrinq é tão importante, pois conseguem repassar recursos financeiros suficientes para que os parceiros possam oferecer uma alimentação adequada e de qualidade para as crianças e os adolescentes.
Quanto à história da Marta, Gessylene explica que foi um trabalho de formiguinha: pouco a pouco ela foi largando a venda de doces e, quando voltava a demonstrar interesse no trabalho por causa da recompensa financeira, era encaminhada novamente para o atendimento psicológico. Agora, a criança já está livre do trabalho infantil e diz que tem vontade de estudar para conseguir um futuro melhor.
Você pode nos ajudar a transformar a realidade de cada vez mais crianças e adolescentes no Brasil em situações parecidas com a da pequena Marta. Para isso, faça uma doação e abrace a causa da infância e adolescência.
*Nome e imagens fictícios para preservar a identidade da criança.