É de conhecimento comum que ter uma Educação de qualidade é muito importante para a vida das pessoas. Tendo acesso a ela enquanto crianças e adolescentes, os indivíduos se desenvolvem melhor – pessoal e socialmente –, têm mais oportunidades econômicas, conseguem exercer ativamente sua cidadania e podem contribuir com o progresso da sociedade.
Ainda assim, os números da Educação no Brasil não mostram um cenário favorável para a infância e adolescência. Segundo dados públicos de 2023 compilados pela Fundação Abrinq em sua plataforma de monitoramento própria, o Observatório da Criança e do Adolescente, todas as etapas de ensino sofrem no país.
Educação Infantil
A começar pelas creches – que oferecem o atendimento educacional para as pessoas entre os 0 e 3 anos de idade –, a Fundação Abrinq constatou que apenas 37,8% das crianças nessa faixa etária estão frequentando essas unidades, ou seja, a maioria está de fora destes importantes espaços para a educação infantil.
Outro ponto de importância diz respeito à infraestrutura das creches no Brasil, que é precária em muitos casos. São 25.960 as unidades que não possuem banheiros adequados para as necessidades das crianças e 32.849 as que não contam com parques infantis para as crianças brincarem e se desenvolverem.
Para ajudar a minimizar o problema, a Fundação Abrinq desenvolve o Programa Creche para Todas as Crianças, cujo objetivo é aumentar o acesso e assessorar a melhoria da qualidade do atendimento em unidades de educação infantil, tendo em vista o desenvolvimento das crianças.
Em 2024, o programa, em parceria com a Fundação Salvador Arena, está reformando 18 creches nas regiões Norte e Nordeste do país e irá doar parques infantis para oito outras unidades no Pará. Além disso, para melhorar ainda mais a qualidade do atendimento das crianças, são realizadas doações de acervos pedagógicos e formações profissionais com os educadores.
Ensinos Fundamental e Médio
Avançando as etapas de ensino, os dados presentes no Observatório da Criança e do Adolescente apontam fragilidades tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.
No primeiro caso, tem-se uma taxa de abandono escolar de 0,7%. O valor pode parecer baixo, mas, na verdade, corresponde a uma estimativa de mais de 180 mil crianças que anualmente desistem de estudar antes de completarem o ensino fundamental. Outro dado preocupante é o de reprovações, que passa da marca de 900 mil.
Para o ensino médio, o abandono e as reprovações também são problemas graves. No que se refere àquele dado, a taxa é de 3,4%, correspondendo a, aproximadamente, mais de 260 mil adolescentes que abandonam a escola todos os anos. Dos que ficam, um número estimado de 400 mil são reprovados no ano letivo.
A Fundação Abrinq também possui iniciativas para incentivar que as crianças e os adolescentes permaneçam na escola até completarem a educação básica. É o caso, por exemplo, do Projeto Construindo Futuros, que promove o desenvolvimento de projetos de vida dos estudantes do 9º ano.
Neste ano, o projeto já levou 645 estudantes de 21 escolas públicas diferentes de São Paulo para visitarem espaços culturais da capital e ampliarem seus repertórios.