No último sábado (27), a Fundação Abrinq proporcionou a 107 adolescentes a experiência de assistirem a um filme em uma sala de cinema exclusiva no Petra Belas Artes, em São Paulo - SP. A ação não só permitiu que os jovens tivessem acesso ao entretenimento, mas também que interagissem com pessoas de outras realidades e refletissem sobre suas vidas e seus futuros.
O evento fez parte do Projeto #QualASuaBio, que a Fundação realiza em conjunto com A Cor das Letras, com o objetivo de aperfeiçoar o desenvolvimento de habilidades emocionais, sociais e cognitivas em jovens para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Participaram da ida ao cinema o Colégio Equipe, a Escola Estadual Chibata Miyakoshi, o Centro de Capacitação Profissional Santa Úrsula, o Centro de Capacitação Profissional Miralda dos Santos Lima e o Centro São José Riviera.
As ações propostas pelo projeto têm sido importantes porque utilizam atividades lúdicas e culturais como pretexto para o desenvolvimento de conhecimentos importantes para a vida, o que desperta o interesse dos jovens. Kauan do Santos, aluno de 17 anos da Chibata Miyakoshi, explica que, antes do projeto, os estudantes ficavam na rua sem nada para fazer depois da escola. “Hoje a gente pega um fim de semana para conhecer algum espaço cultural e pessoas novas”, conta.
Geovanna de Sousa tem 15 anos, é aluna da mesma instituição de Kauan e também compartilha de seu entusiasmo. “A gente já se anima para encontrar com as pessoas da nossa escola e, chegando aqui, conhecemos novas pessoas e os pensamentos delas”. Segundo a estudante, esta troca é interessante para evitar que cada um fique focado apenas nas próprias ideias e pontos de vista.
A importância de se expor a situações e visões diferentes é também reconhecida pelos educadores responsáveis pelos adolescentes participantes. “[O projeto] é muito importante porque os adolescentes conhecem a cidade, outros espaços e interagem com jovens de outras regiões e realidades”, explica Marina Coraza, do Colégio Equipe. A educadora ressalta os benefícios decorrentes destas experiências, como a possibilidade de os adolescentes criarem e fortalecerem redes de amizade e afeto uns com os outros.
Além de proporcionar o conhecimento de pensamentos e pontos de vista diferentes, o que acaba expandindo a própria visão de mundo dos participantes, a interação com pessoas da mesma faixa etária também pode ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais muito relevantes na vida adulta.
Para Mellanie Penteado, aluna de 15 anos do Santa Úrsula, as ações do projeto têm melhorado sua relação com os colegas de turma. “Eu não conversava direito com muita gente, muitas eu não conhecia. Depois do projeto da Fundação Abrinq, eu me vi muito mais próxima das pessoas e consegui falar melhor com elas”, afirma.
A importância de desenvolver estas habilidades também é reconhecida por Carla de Pinho, educadora na mesma instituição de Mellanie. “[Com o projeto,] o universo de comunicação amplia bastante. Mesmo aqueles mais tímidos e mais introspectivos no dia a dia têm algo para conversar, algo diferente”, explica. Para Carla, estas ações promovidas pela Fundação Abrinq também fazem surgir questões na cabeça dos adolescentes sobre como se sentem, o que pensam e quais desafios têm de enfrentar.
Após a exibição do filme, os jovens participaram de atividades com palestrantes e convidados, que os estimularam a buscar autoconhecimento e traçar planos para o futuro. Em dado momento, alguns participantes puderam dizer como se veem daqui cinco anos – médicos, juízes, policiais e cantores foram alguns exemplos – e o que fariam para alcançar estes objetivos.
Ícaro Rodrigues tem 16 anos, é aluno do Santa Úrsula e afirma que o que mais chama sua atenção no Projeto #QualASuaBio da Fundação Abrinq são exatamente essas questões que o fazem refletir sobre suas condições pessoais. “[A ação] me desperta muito um questionamento interno. Eu estou no caminho certo? Será que eu estou seguindo realmente o que o Ícaro quer ser? Como eu quero estar daqui a cinco anos?”, pergunta o adolescente após participar das atividades do dia.
Este foi o quarto encontro realizado pela Fundação Abrinq com o Projeto #QualASuaBio. No primeiro semestre deste ano, os participantes realizaram oficinas de trabalho no Centro Cultural de São Paulo, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e no Centro Cultural Tendal da Lapa, fazendo também visitas culturais em locais como o SESC Paulista, Itaú Cultural, Japan House e SESC Consolação. Mais dois encontros ainda estão previstos para outubro e novembro.