A Fundação Abrinq, por meio do Programa Emergência, atua em todo o Brasil oferecendo ações de resposta a situações de emergências, com foco na infância e na adolescência. Para isso, trabalha em conjunto com outras organizações da sociedade civil e com os municípios parceiros, para atender, de forma rápida e efetiva, as demandas de proteção e assistência necessárias, amenizando os impactos materiais e psicológicos ocasionados pelos desastres.
Infelizmente, durante este ano, o Brasil registrou diversas situações que causaram prejuízos para crianças, adolescentes e suas famílias. Relembre algumas das ações realizadas pela Fundação Abrinq para diminuir os impactos das catástrofes climáticas este ano:
Litoral Norte de São Paulo
No final do mês de fevereiro, municípios do Litoral Norte do estado de São Paulo foram atingidos por fortes chuvas que ocasionaram alagamentos, deslizamentos e corridas de massa. O desastre resultou em inúmeros danos e prejuízos, incluindo soterramento e destruição de moradias, interdição de estradas, desaparecimento de pessoas e óbitos.
Nesse período, seis municípios tiveram situações de calamidade pública decretadas (Bertioga, Caraguatatuba, Guarujá, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba) e 65 pessoas faleceram em decorrência do desastre, sendo a maioria na cidade de São Sebastião. Além disso, segundo informações da Defesa Civil Nacional, cerca de 2.251 pessoas ficaram desabrigadas e 1.815 foram desalojadas.
Para aliviar o sofrimento das crianças e dos adolescentes atingidos pelas fortes chuvas que caíram na região, a Fundação Abrinq realizou a doação de 300 cestas de limpeza e 3 mil garrafas de água mineral para 300 famílias compostas por, pelo menos, uma criança ou um adolescente. Para isso, a organização trabalhou em conjunto com o Instituto Verdescola, que atua na cidade de São Sebastião – SP. Desde o início da calamidade, a organização mobilizou a sociedade para arrecadar doações às famílias da região, sendo água e produtos de higiene e limpeza os itens mais necessitados.
Para efetuar a entrega de água potável e produtos de limpeza, a Fundação Abrinq contou com a parceria do Instituto Caça-Fome, que serviu como ponto de apoio do Instituto Verdescola no município de São Paulo, executando as tarefas de coleta, triagem e envio dos donativos para o Litoral Norte.
“Em uma situação como essa, de enchente, produtos de limpeza passam a ser um bem de urgência máxima, pois devolvem a dignidade para as pessoas. Eles permitem que a pessoa limpe a casa e possa retornar, voltando a ter a dignidade da moradia”, afirma Daniel Ribeiro, presidente do Instituto Caça-Fome.
Segundo Maria Antônia, presidente do Instituto Verdescola, “a doação da Fundação Abrinq foi muito útil nos dias que se sucederam ao desastre. Nós realmente precisávamos muito de água e de materiais de limpeza”.
Minas Gerais
Durante 2023, a Fundação Abrinq, mapeou, por meio das plataformas digitais do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, todos os decretos de estado de emergência e de estado de calamidade associados ao período chuvoso do início de 2023. A informação obtida foi cruzada com uma base de dados interna sobre organizações da sociedade civil com as quais a Fundação Abrinq mantém parceria.
Assim, a organização estruturou um plano de ajuda humanitária para atender famílias nos municípios de Santa Luzia e Vespasiano, localizados em Minas Gerais, com o apoio do Instituto Leonardo Franco e do Grupo Criança em Busca de uma Nova Vida (GCriva).
De acordo com a Defesa Civil estadual, entre o final do ano passado e o início do corrente ano, cerca de 300 municípios mineiros foram afetados e 22 pessoas faleceram em decorrência de desastres causados pelas chuvas. Além disso, quase 13 mil pessoas foram desalojadas e mais de 2 mil ficaram desabrigadas.
Ao longo de três meses, a Fundação Abrinq realizou a doação, em caráter emergencial, de cestas de alimentos, sendo que, no primeiro mês de resposta humanitária, também distribuiu cestas de materiais de limpeza e produtos de higiene. No total, 95 famílias cujas crianças e cujos adolescentes são atendidos pelas duas organizações parceiras foram beneficiadas de forma contínua.
“Receber a cesta foi de extrema importância para minha vida. Ela não ajudou apenas uma pessoa e sim uma família. Tenho uma bebê de 1 ano e 7 meses e, mesmo sem ela entender muito bem as coisas, quando viu a cesta ficou super feliz, sorridente e curiosa. Recebê-la me deu uma sensação de ser cuidada, de ser protegida e de ser amada. A cesta supriu as necessidades que temos, então agradecemos pelo cuidado, ela fez toda diferença no nosso cotidiano”, afirma Niquelle Matos, moradora do município de Santa Luzia – MG.
Rio Grande do Sul
Em junho, um ciclone extratropical atingiu o estado do Rio Grande do Sul, deixando 16 pessoas mortas em todo o estado. O incidente chegou a ser considerado "o maior desastre natural relacionado a chuvas intensas das últimas quatro décadas na região”. Ao todo, 54 municípios registraram danos, com mais de 15 mil pessoas desabrigadas. De acordo com o governo estadual, o total de perdas financeiras no estado ficou em torno de R$ 91 milhões.
Em resposta à tragédia, a Fundação Abrinq, por meio do Programa Emergência, estabeleceu contato com organizações da sociedade civil localizadas nos municípios de São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, para identificar as necessidades imediatas das famílias mais afetadas pela calamidade e poder ajudá-las de forma efetiva.
Em parceria com a Associação Artecultura Para a Paz Isaura Maia, de São Leopoldo, foram doadas 250 cestas básicas destinadas exclusivamente a 250 famílias da região. Tal ação beneficiou diretamente 726 crianças e adolescentes. Além disso, uma atenção especial foi dada à qualidade da alimentação oferecida, com ênfase na redução de produtos ultraprocessados e à inclusão de alimentos regionais.
Adicionalmente, 250 cestas contendo itens de higiene e limpeza foram distribuídas para as mesmas famílias. Diante dos estragos causados pela entrada de lama e sujeira nas residências devido às chuvas intensas, os beneficiários receberam toalhas de banho e produtos para manutenção da higiene pessoal, bem como materiais de limpeza para auxiliar na higienização de suas casas. Além disso, dois cobertores foram fornecidos a cada família para enfrentar as baixas temperaturas do inverno.
Já em Novo Hamburgo, outro município atingido de forma severa pelo ciclone, a Fundação Abrinq, em parceria com a Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial de Novo Hamburgo (ABEFI), realizou a doação de 120 cestas de higiene e limpeza, nos mesmos moldes das entregues em São Leopoldo.
Também foram entregues 80 kits de materiais escolares, compostos por itens como mochila, estojo de canetas hidrográficas coloridas, caixa de lápis de cor, caderno, régua, entre outros. Esta foi uma necessidade indicada pela organização, uma vez que muitas crianças perderam os seus materiais e não tinham como estudar. Além disso, em parceria com a empresa Ninet Prince, também houve a doação de 50 mamadeiras para algumas famílias da região.
“Doações como essas exemplificam o real sentido da palavra solidariedade. Em uma ação genuína, de cuidado com o próximo, a Fundação Abrinq nos possibilitou atender nossas alunas e alunos com o bem mais precioso para uma criança em idade escolar: seus cadernos e mochilas. Percebemos esse cuidado estendido às suas famílias com kits de higiene cuidadosamente montados, incluindo conjuntos de toalhas de banho”, afirma Lia Andrade, diretora de unidade da Ação Encontro, um dos projetos da ABEFI.
Posteriormente, houve uma segunda rodada de doações por mais um desastre climático no estado. Desta vez, o município de Lajeado – RS recebeu 219 mochilas, que beneficiaram 219 crianças atendidas pela Sociedade Lajeadense de Atendimento à Criança e ao Adolescente. Além disso, também receberam material escolar para o próximo ano letivo.
“Esta doação nos causa muita alegria, pois algumas crianças perderam diversas coisas na enchente e outras estavam com mochilas rasgadas, precisando de novas. Recebemos muitos agradecimentos dos pais e pudemos ver a alegria das crianças e dos adolescentes que já estão usando as mochilas todos os dias. Nossa imensa gratidão por sermos contemplados por esta iniciativa da Fundação Abrinq”, afirma Sandra Pretto, coordenadora administrativa da organização.