Qualificar as práticas pedagógicas em escolas de ensino fundamental - anos iniciais, na utilização de metodologias de ensino de alfabetização e letramento, a fim de contribuir com o desenvolvimento das crianças.
A alfabetização é a aquisição do domínio de um sistema linguístico que favorece as habilidades de escrever, ler e interpretar textos escritos. Além do desenvolvimento e entendimento da escrita, a alfabetização é uma precondição para a emancipação social e cultural.
O processo de alfabetização e desenvolvimento cognitivo tem início antes de a criança entrar na escola, com a criação de todo um repertório de linguagem e raciocínio lógico adquirido com as relações no ambiente doméstico. Na escola, porém, ela é submetida a um processo de aprendizagem sistematizado, com exercícios e abordagens adequados para a sua idade. É no ambiente escolar que as crianças conhecem o alfabeto, aprendem a reconhecer sílabas, a escrever suas primeiras palavras e a realizar cálculos e exercícios lógicos.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2019, o Brasil possuía 11 milhões de pessoas em situação de analfabetismo. O número vinha apresentando avanços quanto aos índices de desenvolvimento dos alunos, contudo, no ano de 2020, os reflexos causados pela pandemia da COVID-19 na Educação impuseram novos desafios para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes e também do professor, que precisou se adequar a uma nova realidade no ensino. Inicialmente, as aulas foram suspensas por um período e, posteriormente, migraram para a modalidade online, prejudicando a promoção do conteúdo pedagógico para alunos que não possuíam equipamentos tecnológicos e/ou internet.
Segundo um levantamento feito pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc), publicado pelo Senado Federal, os impactos da troca de ambiente escolar foram maiores para os alunos dos anos iniciais, que estavam em fase de alfabetização. Já para os alunos do 5º ano, houve queda significativa no aprendizado, em comparação com o ano de 2019, de acordo com os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021. Segundo especialistas, para que estes alunos recuperem o quadro de ensino em que estavam antes da pandemia, seriam necessários três anos de português e 11 anos de matemática.
Tendo em vista o cenário e a evidente necessidade de apoiar os educadores para o pleno desenvolvimento de atividades que recuperem o atraso dos alunos, a Fundação Abrinq criou o Projeto Alfabetiza. A iniciativa atua em conjunto com profissionais da Educação para qualificar as práticas pedagógicas em escolas de ensino fundamental - anos iniciais, na utilização de metodologias de ensino de alfabetização e letramento, a fim de contribuir com o desenvolvimento das crianças.