Ciente de que a taxa de cobertura vacinal, especialmente relacionada à poliomielite, apresenta queda nos últimos anos no Brasil, a Fundação Abrinq, em parceria com a Sanofi, desenvolveu o Projeto Vacinação, com o objetivo de promover o engajamento das equipes de gestão e Saúde do município de Santos - SP. Além de oferecer formações específicas para os profissionais da atenção básica, esta parceria tem o objetivo de promover a conscientização dos moradores do município e da sociedade em geral sobre a importância da imunização para o desenvolvimento saudável das crianças.
Em outubro, foram realizadas formações para 103 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do município. Os participantes tiveram acesso ao panorama da vacinação no Brasil e informações sobre como aconteceu o surgimento das vacinas e como se consolidaram as políticas envolvendo o tema no país.
A equipe do projeto e os agentes discutiram sobre o atual contexto de baixas coberturas vacinais, além dos possíveis determinantes que afetam a questão de hesitação vacinal. Neste ponto, os agentes detalharam as principais questões que influenciam a demanda por vacinação de acordo com a realidade de seus territórios, como a impossibilidade de levar as crianças por conta do horário ou, até mesmo, contextos de desinformação ocasionados pela disseminação de fake news. No município, os ACS recebem uma lista de pessoas não vacinadas semanalmente para realizar uma busca ativa, que consiste em visitas de rotina nos domicílios com objetivo de identificar e notificar possíveis doenças na área de atendimento de cada unidade de saúde.
No mesmo mês, 63 técnicos e auxiliares de enfermagem participaram de formações sobre o mesmo conteúdo. Após esta etapa, foram convidados a realizar um diagnóstico situacional da rotina de trabalho deles, observando pontos que impactam negativamente e positivamente no nos processos que ocorrem na sala de vacinação. Por fim, realizaram reflexões conjuntas sobre propostas de intervenção para combater as baixas coberturas vacinais.
Logo em seguida, 27 enfermeiros do município participaram da formação e debateram sobre questões estruturais que impactam negativamente na cobertura vacinal assim como fatores do Sistema Único de Saúde (SUS) que potencializam a vacinação. Um momento importante foi o de reflexão sobre atividades que antes eram feitas e hoje não são mais, como uma forte divulgação nas comunidades e na televisão, assim como sobre o que deve ser feito em relação a fatores externos, como movimentos antivacina e contextos políticos.
Workshop
A convite da prefeitura de Santos, a equipe do projeto realizou um workshop com residentes multiprofissionais das seguintes áreas: enfermagem, odontologia, serviço social, farmácia, educação física, psicologia, nutrição e residentes médicos em medicina da família e comunidade. Neste encontro foram abordados os movimentos antivacina, assim como seu histórico, trajetória e impactos na saúde pública nacional e global. Ao todo, 40 profissionais acompanharam a atividade.
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