No dia 10 de setembro, a Fundação Abrinq realizou, em São Paulo – SP, o 24º Encontro Anual da Rede Nossas Crianças, um evento para que as organizações da sociedade civil (OSCs) que participam, ou já participaram, do Programa Nossas Crianças, pudessem trocar experiências e adquirir novos conhecimentos para potencializar a própria atuação em benefício de crianças e adolescentes.
“Para nós, este evento está sendo de grande importância. Como estamos em uma região muito pobre, muito distante, é um momento em que a gente se conecta com outras realidades, outras instituições de excelência, com pessoas que pensam de maneira diversa e que somam ao nosso processo”, contou Myrian Rocha, do Instituto Socioeducativo Fabiano de Cristo, de Colinas – TO.
O encontro aconteceu na sede da Fundação Cásper Líbero, na Avenida Paulista, durou o dia inteiro e foi dividido em duas partes. A manhã foi reservada para uma rodada de palestras com especialistas da causa da infância e adolescência, enquanto na tarde ocorreram salas temáticas e workshops.
“No primeiro dia de formação, todos os temas trouxeram informação na perspectiva da transformação, levando à ponta, para as nossas crianças, um meio para que possam ter a garantia de direitos e promovendo um fortalecimento da rede de proteção da criança e do adolescente”, relatou Carlos Lins, da Casa Herbert de Souza, de Paulista – PE.
Palestras com especialistas
As palestras do começo do dia se iniciaram com uma apresentação de Victor Graça, superintendente da Fundação Abrinq, que agradeceu a presença de todos. Após explicar a dinâmica do dia, Victor chamou para o palco Alexandre dos Reis, CEO da Fundação Rainer Blickle, parceira financiadora do Programa Nossas Crianças em 2024.
Em seguida, a primeira palestra, com João Pedro Cintra, analista de dados da Fundação Abrinq, teve início. Na sua vez, João apresentou o cenário atual da infância e adolescência no Brasil a partir de uma série de dados que abordavam a Educação, a Saúde, a violência, o trabalho infantil e a pobreza, especialmente de crianças e adolescentes.
Alexandre Isaac, que desenvolve projetos, assessorias e consultorias em assuntos da infância, adolescência e juventude na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Guarulhos - SP, foi o próximo, com a missão de falar sobre o papel das OSCs na promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Na terceira palestra do dia, Fabio Ribas, responsável pelo planejamento e pela coordenação e execução de projetos para órgãos públicos, organizações da sociedade civil e empresas, na consultora PRATTEIN, abordou a temática de enfrentamento de desafios voltados para a legislação e políticas públicas e a importância das OSCs. “Sem as organizações da sociedade civil, o Brasil não funcionaria”, afirmou.
A última convidada foi Rita Oliveira, assistente social com quase 30 anos de experiência nas Varas de Infância e de Família do Tribunal de Justiça de São Paulo, que falou sobre como os vários componentes do Sistema de Garantia de Direitos atuam em conjunto. “Todas as instituições têm um alcance e um limite, e eu preciso conhecer o da instituição em que eu trabalho e também conhecer o alcance e o limite das outras que compõem o sistema”, explicou.
A parte da manhã foi finalizada com uma mesa de debates incluindo os três últimos palestrantes e Michelly Antunes, líder do Programa Nossas Crianças, que fez toda a mediação. Neste momento, os convidados puderam conectar os temas que cada um abordou e responder perguntas da plateia.
“De manhã nós tivemos palestras com pessoas incríveis. Sobre violências contra crianças e adolescentes, pudemos observar os dados referentes a nível de Brasil e como é possível que a gente, a partir dessas orientações, chegue às nossas bases e atue de maneira significativa parar combater essas violações”, disse Edimar Antônio Fernandes, do Centro Associativo de Atividades Psicofísicas Patrick, de Chapecó - SC.
Workshops e salas temáticas
Após o almoço, iniciaram-se os workshops e salas temáticas, momento em que os participantes se dividiram para participar do que tinham mais interesse em fazer parte, de acordo com o assunto. No total, havia seis salas para o aprendizado:
- Sala Temática 1 - Conectados e seguros: proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital;
- Sala Temática 2 - Cuidando de quem cuida: saúde mental no Terceiro Setor;
- Sala Temática 3 - Mudanças climáticas: qual o impacto no futuro das próximas gerações?;
- Workshop 1 - O brincar e a parentalidade positiva: unidos na prevenção às violências contra crianças e adolescentes;
- Workshop 2 - Desafio aceito: estratégias para engajar adolescentes;
- Workshop 3 - Mediação de leitura: literatura afro-brasileira e indígena.
“Tive a oportunidade de participar da oficina de cuidado. É muito importante porque a gente foca muito nos outros e esquece de nós, profissionais. Foi um momento que a gente pode ver o nosso trabalho e ver a importância de estar bem para cuidar de crianças, de adolescentes e de famílias”, relatou Daniela Ferreira, do Instituto Restaurar, de Manaus – AM.
Além do Encontro Anual da Rede Nossas Crianças, aberto para todas as OSCs participantes atuais e antigas do programa, o restante da semana também contará com uma programação especial para as organizações atualmente conveniadas, para que fortaleçam ainda mais seus atendimentos junto à iniciativa da Fundação Abrinq.
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