Desde 2018, com a Lei nº 13.435 de 2017, agosto é reconhecido no Brasil como o Mês do Aleitamento Materno – ou Agosto Dourado. Segundo a norma, a intenção é que sejam intensificadas ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância da amamentação por meio de palestras, eventos, divulgação na mídia, reuniões com a comunidade, dentre outras.
A iniciativa é importante para que todos conheçam os benefícios relacionados à amamentação, que não atingem apenas os bebês, mas também as mães. Para o recém-nascido, o leite materno contribui com a diminuição nas chances de morte, pois contém todos os nutrientes necessários a ele, e o protege contra doenças infecciosas e alergias. Por outro lado, a prática também fortalece o vínculo com a mãe, a protege contra alguns tipos de câncer, ajuda na recuperação pós-parto, reduz a depressão, dentre outros.
Fases do leite materno
O leite humano se adapta de acordo com as necessidades de cada criança em cada momento de sua vida até o desmame natural, sendo que o recomendado é que a amamentação seja exclusiva até o 6º mês e complementar até 2 anos ou mais. Dessa maneira, ele se divide em três fases: colostro, leite de transição e leite maduro.
Colostro – é o leite produzido pela mãe nos primeiros dias depois do nascimento, e normalmente possui uma cor amarelada com consistência espessa. Rico em proteínas, contém baixo teor de gordura, sendo sua principal função fornecer proteção ao bebê contra vírus e bactérias logo em seus primeiros momentos de vida.
Leite de transição – antes de começar a produzir o leite maduro, a mãe passa por um período de transição, geralmente após o 5º e 6º dia depois do nascimento. Sua composição é alterada para conter um teor maior de gordura em relação ao colostro e também passa a possuir nutrientes necessários ao desenvolvimento e crescimento do recém-nascido.
Leite maduro – por fim, o leite materno atinge sua última fase, na qual é considerado já maduro e será utilizado na amamentação até o desmame natural. Assim, ele possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê.
Além das fases em cada momento da vida do recém-nascido, o leite materno também muda durante a própria mamada. São duas composições diferentes: uma mais líquida e rica em água e a outra com maior teor de gordura e proteínas.
Assim, compreende-se que o leite materno sempre trará vitaminas, minerais, carboidratos, ferro e gorduras em quantidades ajustadas às necessidades nutricionais e à capacidade digestiva do bebê. A amamentação, portanto, é uma prática de grande importância e deve ser reconhecida pelo seu caráter essencial no crescimento, desenvolvimento e saúde da criança.
Bancos de Leite Humano
Sabendo da importância da amamentação para o recém-nascido, outro assunto relacionado que deve ser conhecido são os Bancos de Leite Humano (BLH). Os BLH são instituições que não apenas tratam dos processos de coleta e distribuição do leite materno, mas que também acolhem as mães e oferecem apoio com as questões relativas à amamentação.
Existem situações em que a amamentação pela mãe não é suficiente para o recém-nascido ou não é possível, como nos casos de nascimentos prematuros internados com menos de 2,5 kg ou com patologias, como do trato gastrointestinal. Nessas condições, as doações oferecidas aos Bancos de Leite Humano são essenciais para a recuperação destes bebês e o Brasil é considerado um país de referência quando se trata do assunto.
Segundo consta no site da Rede de Bancos de Leite Humano do Brasil, qualquer quantidade de leite materno doado já tem potencial para ajudar muitos bebês em situação de vulnerabilidade. Um litro já é capaz de alimentar até 10 recém-nascidos por dia e, nos casos de nascimentos prematuros, é possível que 1 ml de leite seja suficiente para alimentar a criança a cada mamada.
A prática de amamentação cruzada – ou seja, amamentar diretamente o bebê de outra mãe −, por outro lado, não é recomendada por causa do risco existente de transmissão de doenças, tanto da mulher para o bebê quanto do bebê para a mulher. A doação para Bancos de Leite Humano é a melhor solução para eliminar estes perigos já que o leite materno doado passa por um processo de seleção e classificação, sendo pasteurizado e passando finalmente por um controle de qualidade microbiológico.
Para doar, é apenas necessário que a interessada esteja produzindo leite excedente, seja saudável, não use medicamentos que atrapalhem a amamentação e entre em contato com algum BLH para que a unidade forneça as orientações necessárias para coleta e doação do leite.
Veja aqui o BLH mais perto de você. Mais do que tudo, doar leite materno é também um gesto de cuidado com o próximo.
E-book
Para ajudar na divulgação sobre a importância do aleitamento materno, tanto para os bebês quanto para as mães, a Fundação Abrinq reuniu uma série de informações necessárias para o entendimento do assunto no e-book Aleitamento materno: um guia para toda a família. O download gratuito do material pode ser feito acessando este link.
Outras publicações da Fundação Abrinq sobre o tema
Agosto Dourado: conscientização e incentivo ao aleitamento materno