De 01 a 15 de setembro, Belém - PA é palco do Festival Yellow Zone, uma iniciativa que busca descentralizar o debate climático e promover um legado sustentável para as comunidades periféricas da região. O evento é promovido pela Coalizão COP das Baixadas e conta com o apoio da Fundação Abrinq e da Confederação Nacional da Indústria.
Nesta edição, o Festival inaugura as primeiras Yellow Zones, com a criação de Centros de Informações Turísticas e Comunitárias nas comunidades da Vila da Barca e Jurunas, além de diversas atividades autogeridas por moradores das periferias da região metropolitana de Belém. Com a presença de coletivos locais, a ação busca empoderar a população por meio de iniciativas culturais e ambientais, integrando as vozes da periferia ao debate climático global.
Um dos principais diferenciais desta edição é a participação de quatro coletivos periféricos apoiados pela Fundação Abrinq em Belém: o Coletivo Comissão Solidária Vila da Barca, o Coletivo Futuro Brilhante, o Coletivo Chibé e o Coletivo Sarau em Movimento.
O conceito de Yellow Zone surge como uma resposta à estrutura tradicional da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) que, até então, divide-se entre a Blue Zone (focada em negociações oficiais) e a Green Zone (dedicada ao engajamento público). A proposta da Yellow Zone é inovadora, trazendo as comunidades periféricas para o protagonismo em ações culturais e ambientais, com o objetivo de descentralizar e democratizar o debate sobre as mudanças climáticas.
Na quinta-feira (5), a Vila da Barca foi palco da inauguração da primeira Yellow Zone, em um evento que também celebrou o Dia da Amazônia com uma série de atividades voltadas para a comunidade. A programação incluiu a exibição de um documentário que retratou a vida local, além de oficinas formativas e um percurso social conduzido por lideranças comunitárias. O evento contou ainda com a presença de DJs e artistas da região.
De acordo com Suane Melo, voluntária no Coletivo Comissão Solidária Vila da Barca, “trata-se de um espaço de pertencimento para que a comunidade conheça o processo da COP 30. A Fundação Abrinq foi fundamental para tudo isso acontecer, com o apoio, a logística financeira, para melhorarmos nossa sede e para que o evento acontecesse aqui, na beira do rio, na baía do Guajará”.
Já para Vanessa Mendonça, do coletivo Sarau em Movimento, “para nós, é muito importante estar neste festival, que é um movimento cultural e artístico em defesa da Amazônia. Estamos aqui para defender nosso território e para reverberar nossas vozes periféricas no debate climático, rumo à COP 30”.
No bairro do Jurunas, o festival teve início em 31 de agosto com o 2º Encontro Literário do Jurunas, destacando mostras de cinema, oficinas de roteiro audiovisual, poesia, música e debates sobre temas como conectividade e segurança alimentar.
A realização do Festival Yellow Zone se mostra importante diante do anúncio de Belém como sede da COP 30, em 2025. Este evento já prepara o terreno, conectando as necessidades e vozes da periferia à agenda climática. A ideia é que ele tenha uma periodicidade regular, para contribuir com a continuidade das ações e o engajamento das comunidades.