De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) no período pré-pandemia, um terço da população adulta brasileira nunca passou por uma consulta com oftalmologistas, nem realizou exames de visão. Este fato faz com que muitas pessoas desenvolvam doenças ou problemas que poderiam ser facilmente tratados com uma atenção preventiva.
Doações
Pensar em uma crise sanitária com o mesmo impacto da pandemia causada pelo Coronavírus, até 2019, era enredo de filmes de ficção. Quando o vírus começou a ser noticiado, parte da população pensou que seria apenas mais uma epidemia, sem poder para atingir todos os países e, caso isso acontece, não chegaria na mesma intensidade ao Brasil.
Sem poder trabalhar por causa da pandemia, Patrícia Passos, ex-moradora de Paraisópolis, em São Paulo (SP), deixava seus bebês no CEI Santo Agostinho – ASA. Mãe de três filhos, agora passa o dia em casa com as crianças e o marido. A rotina da família mudou completamente depois que o Coronavírus chegou ao Brasil. Sem muito apoio e com medo da doença, Patrícia precisou mudar de casa, pois morava em um imóvel com dois cômodos, cinco pessoas e sem muitos recursos na comunidade.
Foi em uma fila para receber uma cesta básica que Cosma contou sua história e as circunstâncias que a fizeram precisar de apoio em meio à pandemia.
“Está difícil porque nós estamos sem trabalhar. Eu procuro, mas quem vai dar emprego nessa pandemia?”, questiona.
Com a pandemia que afetou o Brasil em fevereiro e o cenário econômico que o país está passando desde então, muitas crianças e suas famílias encontram-se em situação de vulnerabilidade social.
A exposição dessas pessoas ultrapassa o perigo iminente do Coronavírus e se expande para outros fatores como o risco à violência, falta de acesso à recursos básicos como alimentação e itens de higiene pessoal e tantas outras fragilidades.
O movimento que tem como objetivo promover o engajamento e solidariedade da sociedade com causas sociais surgiu em 2012, no Estados Unidos, mas só foi instaurado no Brasil um ano depois, pelo Movimento por uma Cultura de Doação. Em 2014, a Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR) passou a ser a responsável pela ação no país.