No dia 8 de maio, a Fundação Abrinq realizou, das 9h às 13h, um treinamento sobre crescer sem violência, ministrado pela mobilizadora de redes do Canal Futura, Vanessa Pipinis, para diversos integrantes de organizações da sociedade civil.
A ação, que ocorreu durante o encontro da Rede Nossas Crianças*, previsto para este ano, abordou temas voltados para o abuso e à exploração sexual infantil.
Com o auxílio de materiais impressos e audiovisuais como Que abuso é esse?, Que exploração é essa? e Que corpo é esse?, o momento proporcionou um aprendizado significativo para as organizações presentes, que puderam sair do encontro com uma bagagem de conhecimento extra sobre o assunto.
“A cada encontro é um conhecimento novo, uma descoberta, é uma maneira de direcionamento novo de como agir nessas situações. É sempre um aprendizado”, conta Ilma de Lima, professora de Educação Infantil na Associação Família São Geraldo.
O treinamento iniciou com a apresentação sobre o tema e o Canal, que trabalha o tema em sua programação, e logo depois foi realizada a primeira oficina. Os participantes se dividiram em 5 grupos e após receberem algumas fotos, dividiram suas opiniões e conceitos a respeito das imagens, que abordavam desde a erotização precoce de meninas até o consentimento da sociedade, no aspecto cultural, para uma violência, por diversas vezes, banalizada, como o casamento infantil.
Cada grupo apresentou sua visão e em seguida debateram como poderiam contornar o assunto nas organizações, quando a temática abordada se torna real na vida das crianças.
“Esse tema é muito importante e relevante para as organizações, porque em nosso dia a dia temos conhecimento que existem esses abusos com nossas crianças. Então é importante essas reuniões para que haja um apoio e uma maneira de tratar isso, até mesmo com os familiares”, explica Ilma.
A apresentação seguiu com exemplos de como abordar a educação sexual com as crianças e com as famílias, ensinando para todos que estavam presentes que o problema não é toque na hora dar banho ou o beijo na criança, o abuso acontece quando há uma erotização nesses gestos.
“A gente tem visto um crescimento expressivo de denúncias, de identificação de casos de abuso sexual e é muito importante levarmos esses conhecimentos para crianças e adolescentes, para que esse público consiga se proteger, saiba o que é um carinho afetuoso e um carinho abusivo e também para a gente identificar os ciclos de violência como sociedade e interrompê-los o quanto antes”, ressalta Vanessa Pipini.
“Quando a criança ou o adolescente conhece o próprio corpo, sabe identificar o que é um toque ou abuso, um toque cuidadoso ou um toque abusivo e sabe para quem pedir ajuda, sabe qual é o adulto que pode ajudá-lo, esse adolescente ou criança vai revelar o caso”, completa a mobilizadora.
A ação finalizou com a exibição de alguns desenhos sobre o assunto e com o esclarecimento de dúvidas levantadas durante o encontro.
* A Rede Nossas Crianças, criada em 1999 pelas primeiras organizações conveniadas ao Programa Nossas Crianças, tem como objetivo mobilizar organizações da sociedade civil de atendimento direto para que influenciem políticas na área da infância e adolescência e desenvolvam ações transformadoras relacionadas à situação de vulnerabilidade social.